O inquérito policial concluído pelo delegado Fábio Aly de Freitas indiciou o investigador da Polícia Civil do Amazonas, Raimundo Nonato Monteiro Machado, e a esposa dele, Jussana de Oliveira Machado, por lesão corporal contra o advogado e vizinho Ygor Menezes Colares e a babá do filho dele, Cláudia Gonzaga de Lima. No relatório, a autoridade policial afirma que Jussana não pretendia atirar na vítima e que ela e o marido não foram enquadrados por tentativa de homicídio.
Todo o fato, ocorrido no condomínio Life Ponta Negra, Zona Oeste de Manaus, foi filmado pelo circuito interno de câmeras. Jussana bate na babá, depois o marido entrega a arma a ela e a mesma aponta para o advogado que está no chão. Segundo o delegado, “em nenhum momento, Jussana dá indicativo que pretendia disparar, embora tenha assumido o risco que algum disparo ocorresse intencionalmente ou acidentalmente”.
No inquérito o delegado diz ainda que Raimundo é um policial treinado e que não teve a intenção de matar Ygor Colares. Se quisesse, “jamais teria entregue a arma” para Jussana. Fábio Aly diz ainda que o fato de entregar a pistola para a esposa não constitui participação no delito.
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O Ministério Público do Amazonas (MP-AM) pediu que Raimundo Nonato responda por tentativa de homicídio por ter entregue a arma de fogo para Jussana. Conforme o MP, ela só não o matou porque errou a direção do disparo.
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O delegado, no entanto, sugere que Jussana responda por porte ilegal de arma de fogo de uso restrito, ameaça e lesão corporal contra Cláudia Gonzaga e por ter impedido que outras pessoas socorressem Ygor, assim como o marido.
Em nota nesta quarta-feira (30), a defesa de Ygor e de Cláudia diz ainda que o casal, ambos presos, receberam uma espécie de “defesa técnica”. “Verifica-se que o Relatório da Autoridade Policial ignorou completamente os depoimentos das Testemunhas e das Vítimas e adotou como verdade absoluta a versão apresentada pelos Acusados, bem como laborou em uma espécie de ‘defesa técnica’ do casal agressor“, diz trecho da nota.