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José Melo fala sobre os dias de prisão e a sensação de injustiça: ‘eu ia me matar’

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Ele conta que escreveu uma carta de 110 páginas nas quais relata bastidores obscuros da política amazonense.

O ex-governador José Melo falou sobre os dias de prisão e os demais momentos vividos após ir para casa durante entrevista concedida ao jornalista Ronaldo Tiradentes. Nela, ela falou sobre a vontade de cometer suicídio e sobre os golpes sofridos pelo seu maior adversário, o senador Eduardo Braga (MDB).

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De acordo com Melo, após deixar a cadeia depois de quatro meses presos, ele entrou em profunda depressão e por dias planejou tirar a própria vida. Ele chegou a escrever uma carta de 110 páginas com revelações da política amazonense para deixar quando fosse cometer o suicídio. “Eu ia me matar, mas seria uma herança maldita para os meus filhos. Uma herança maldita para mim do ponto de vista espiritual porque eu ia para o inferno porque ia me matar. Mas, ia deixar um estrago muito grande”, disse.

Porém, a chegada de uma criança na casa dele o fez desistir da ideia. “A criança veio e eu tinha colocado aquilo que tinha escrito dentro de uma gaveta e lá ficou”, disse o ex-governador. “Aí me apeguei a criança. Eu fui salvo por aquela criança”, revelou.

A carta escrita por ele continha além de sua trajetória na política, grandes revelações sobre os bastidores da política no Estado, sobre tudo, revelações sobre a convivência com Eduardo Braga. Na carta também tinha histórias vividas com outros grandes nomes na política amazonense, como o Amazonino Mendes (União Brasil) e o senador Omar Aziz (PSD). “Na minha cabeça, passou os amigos, passou os inimigos, as traições, passou tudo, e eu botei no papel. Era uma herança maldita”, disse.

Após desistir da ideia de tirar a própria vida, Melo disse que rasgou e queimou as 110 páginas que ficaram guardadas por mais de 30 dias em uma gaveta de sua casa. “Fui tirar o documento, rasguei, joguei fora. Isso é apagado da minha vida, nunca mais eu quis saber disso”.

Perseguição

Melo disse que antes de ser preso, sofreu perseguição política por parte de Braga, que segundo ele, não admitia perder para ele. “Ele chegou comigo e disse: você acha que eu vou perder para um professorzinho do interior?”. Na ocasião, Melo ganhou as eleições para governador contra Eduardo com a diferença de 173 mil votos.

Após a perda, Eduardo Braga, segundo Melo, teria feito de tudo para atrapalhar o seu mandato. Ele foi cassado por acusação de Eduardo Braga de compra de votos e em seguida, foi preso. Na operação “Maus Caminhos”, Melo foi o principal alvo das investigações por desvio de recursos da saúde pública.

“Se o Eduardo fosse um vírus, seria o Covid-19”, comparou José Melo, ao falar sobre as atitudes do senador para com ele e o estado do Amazonas. Sobre as declarações feitas, a assessoria do Eduardo Braga preferiu se manifestar.

Melo ainda tenta provar sua inocência na Justiça. Por enquanto ele ainda está ilegível, mas segundo o ex-governador, se conseguir reverter esse quadro, pretende voltar a vida política.

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