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Curitibano de 10 anos ganha medalha de ouro na Olimpíada Brasileira de Robótica

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Com apenas 10 anos, um curitibano conquistou a medalha de ouro na modalidade teórica da Olimpíada Brasileira de Robótica (OBR), voltada a estudantes da rede pública e privada do ensino fundamental, médio ou técnico de todo o país. 

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Na categoria que o Igor Moraes Dias Lopes Vieira participou, para alunos do 4º e 5º ano do Ensino Fundamental, havia aproximadamente 23 mil concorrentes. Não há qualquer tipo de taxa ou custo para participação.

“O Igor sempre teve muita facilidade. Ele tirou a nota 91, o que rendeu essa medalha de ouro, já no nível 2. Com isso, estamos nos organizando para ele participar da competição latino-americana. Ele é genial demais”, afirma o professor Ismael Dias.

O garoto conta que a paixão pela área de tecnologia surgiu assistindo a vídeos do Youtube sobre programação de jogos. 

“Eu comecei a gostar há quatro anos, quando eu estava vendo vídeos de Minecraft, do Nofaxu. O nome da série é Nofaxuland. Lá, eles faziam robôs, automação e máquinas, então pensei: ‘Por que não fazer isso na vida real?’, daí comecei a estudar robótica pela escola. A medalha em si só chega no ano que vem, e eu não sei se é coincidência ou o quê, mas o resultado saiu um dia antes do Dia do Programador”, conta Igor.

As provas da Olimpíada Brasileira de Robótica foram realizadas no mês passado, com a participação de 117 mil alunos de todo o Brasil, divididos em seis níveis, de acordo com o ano escolar que estão cursando. 

O curitibano foi um dos poucos participantes do país a conquistar a medalha de ouro na modalidade teórica. 

A mãe, Lanova Dias Lopes Vieira, explica que sempre soube do potencial do filho, pela dedicação nos estudos, mas não imaginava que ele iria conseguir ter reconhecimento assim tão cedo.

“É muito bacana porque ele consegue ver que todo o esforço e dedicação nos estudos tem um resultado. A gente sempre conversou sobre isso e agora ele conseguiu ver na prática. Chegaram muitos retornos de escolas, de gente querendo dar cursos para ele, então acho que esse retorno incentiva ainda mais”, explica a mãe.

Lanova ainda lembra que, no segundo ano, uma professora pediu para que a família procurasse uma psicóloga porque ela achava que o Igor era portador de altas habilidades/superdotação, com aprendizagem acima da média. 

“A gente fez o teste e foi concluído que sim, ele tem isso mesmo. E uma área que foi comprovada que ele tem habilidade é essa [da robótica]. Eles até disseram ‘estimula que vai dar certo’, e tem dado mesmo. Ele mesmo, por si só, se interessa, vai buscar e, com o incentivo do professor Ismael, os dois se encontraram. Tem vezes que um joga uma ideia, a gente que é de fora, não entende, a gente pensa ‘meu Deus, o que é isso?'”, diz a mãe.

O professor Ismael Dias, que também é engenheiro eletrônico, tem uma escola especializada em ensino avançado de robótica a crianças e adolescentes de Curitiba e Região. Ele revela que, desde as primeiras aulas, Igor já demonstrava uma organização e interesse fora da curva. 

“A gente sempre tem algumas questões clássicas da programação, por exemplo, ordenar uma fila de nomes ou calcular uma média de aritmética. E esses desafios, com 8 ou 9 anos, o Igor resolvia fácil. No primeiro ano a gente trabalhou com criação de jogos e chegamos na parte que ele quis desenvolver o próprio jogo, um simulador de vinícola”.

Dias lembra que a ideia saiu do Igor, e que ele só foi dando as ferramentas que o menino precisava, o que já era mais avançado do que as aulas que ele precisava ver. 

“Na minha cabeça seria algo bem simples, mas ele fez o processo de colheita da uva, escolher o terreno para plantar, a máquina que vai triturar. Não deu muito certo, ele não conseguiu terminar esse projeto, mas não tem problema, faz parte do processo de aprendizado. Em 2019, ele teve o primeiro destaque maior aqui em Curitiba, quando ele participou de um torneio de futebol de robôs. Eles construíram um robô do zero, então toda parte de eletrônica, toda programação, toda parte de mecânica, eles desenvolveram um aplicativo de celular que controlava o robô. É inacreditável”, diz.

O professor conta que o Igor e os colegas competiram contra universidades da capital, foram passando de fase e chegaram até a semifinal. 

“Com a pandemia, eu pensei que ele fosse produzir menos, mas ele fez mais ainda. No ano passado ele fez um projeto de um alimentador de cachorro, de pet, que é um motor que abre e deixa a ração cair pelo tempo que você programar. ‘Ah, meu cachorro é maiorzinho, vou deixar cair a ração por mais tempo. Meu pet é menor, vou deixar por menos tempo’. E ele fez todo o modelo em uma impressora 3D, a gente imprimiu em 3D, ele montou e ficou bem legal”, afirma. 

Neste ano, Igor começou a fazer um projeto de submarino por controle remoto.

O professor, que acompanhou de perto toda a evolução do estudante, conta que ainda se surpreende com os projetos e ideias que o Igor se propõe a fazer.

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