A agente social Telma Lopes, de 46 anos, passou por uma situação um tanto quanto inusitada e ao mesmo tempo dolorosa. Em um belo dia, a mulher resolveu ir urinar na beira do rio, no Amazonas, quando foi surpreendida por um peixe conhecido como ‘vampiro’ das águas, o candiru (peixe amazônico que é atraído pela urina e se aloja na região íntima).
“Era uma dor que eu não podia descrever! Fui fazer xixi na beira do rio, esqueci que estava menstruada e senti essa coisa. Pareciam espinhos me furando por dentro. Eu urrava dentro d’água, meu irmão, de tanto desespero. Gritei por socorro e tive de ser carregada nos braços, colocada num carro e levada para um atendimento médico”. O relato é da agente social Telma Lopes, de 46 anos.
Na unidade hospitalar, Telma diz que foi submetida há exames, quando descobriram que se tratava do ‘vampiro’ das águas.
“Fiquei horrorizada. Aquele bicho dentro de mim, se mexendo e me furando. Fui operada e demorei mais de três meses para ficar completamente recuperada, tomando anti-inflamatórios e deitada o tempo todo. Nunca mais quero sentir aquilo. Parecia um alienígena me devorando por dentro”, lembra. Após o ataque, a mulher conta que ainda precisou de moletas para se apoiar, até se recuperar totalmente.
A agente social ainda afirmou que nunca mais entra no rio menstruada. O relato dela trás à tona os perigos de entrar nas águas escuras sem proteção.
O candiru
O candiru é um minúsculo peixe da família Trichomycteridae, com várias espécies. Porém, uma característica específica é que possui espinhos na cabeça e pode chegar a medir 30 centímetros. De acordo com o biólogo José Felipe Pinheiro, presidente do Conselho Regional de Biologia da 6ª Região, o animal pertence ao grupo de pequenos bagres e tem 280 espécies, com cerca de 40 gêneros. Há espécies de Candiru que podem ser carnívoros.
Ainda de acordo com José Pinheiro, o peixe pode “penetrar em orifícios do corpo humano, como a uretra, o ânus e a vagina e algumas espécies de candiru são necrófago (comem cadáveres) e hematófago (vampiros) como o candiru-açu, com olhos diminutos e corpo volumoso e acinzentado, e os pequenos candirus de poucos centímetros de comprimento”, relata.
Ao penetrar no corpo humano por algum destes orifícios, o especialista diz que ele fixa seu corpo através de espinhos que tem em volta da cabeça e também utiliza suas nadadeiras, dificultando a retirada causando uma intensidade de dor maior.
Prevenção
- Para as mulheres, evitar entrar em águas escuras menstruadas;
- Não utilizar roupas de banho que facilitem ao animal acesso a certos orifícios;
- Não tomar banho sem roupas nestes lugares;
- Não urinar na água;
- Não entrar na água com ferimentos expostos ou recentes.