Um repórter cinematográfico de 60 anos que cobria a manifestação bolsonarista em frente a um quartel de Belo Horizonte foi agredido com pancadas na cabeça, socos e chutas nesta quinta-feira (5), enquanto fazia seu trabalho.
O fotógrafo, que é funcionário do Jornal Hoje em Dia, e não teve o nome divulgado, gravou com o celular o momento que é agredido. O profissional ao ser notado, tenta deixar o local, mas é perseguido pelos bolsonaristas.
As lentes do jornalista foram destruídas e a câmera roubada. Ele foi socorrido e encaminhado o Hospital de Pronto Socorro João XXIII, onde recebeu atendimento. Ele passa bem e um boletim de ocorrência foi registrado.
O fotógrafo levou dois pontos na cabeça e teve alta nesta sexta-feira (6).
Veja o vídeo:
Bolsonaristas agridem jornalistas durante ação de desmonte em acampamento em BH pic.twitter.com/96dZ2DoxlQ
— Babilônia (@babiloniaam) January 6, 2023
Através de nota, o jornal Hoje em Dia afirma que o fotógrafo foi enviado para uma reportagem sobre a manifestação.
“O profissional registrava a manifestação para uma pauta quando foi cercado por participantes do movimento e agredido, inclusive com golpes na cabeça. A câmera foi roubada, e as lentes, quebradas, não há justificativa nenhuma para essa ou qualquer violência. É por isso que reafirmamos nosso compromisso de diariamente mostrar injustiças, defender liberdades e a democracia”. diz a nota.
A Federação Nacional de jornalistas também se manifestou.
“O ano de 2023 já começou com uma onda de violência contra os profissionais da mídia, com o registro de agressões a equipes de reportagem em pelo menos seis estados: Ceará, Espírito Santo, São Paulo, Paraná, Rio Grande do Sul e, agora, o segundo caso em Minas Gerais. A Federação Nacional dos Jornalistas (FENAJ) acompanha com preocupação os recentes ataques a jornalistas por parte dos grupos bolsonaristas que, mesmo depois da posse do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), ainda não se desmobilizaram totalmente no entorno de quartéis do Exército. Os acampamentos bolsonaristas viraram zona de risco para profissionais da imprensa desde o resultado do segundo turno das eleições, quando levantamento conjunto da FENAJ e da Abraji apontaram 70 episódios de agressão contra a categoria no país.Diante do nível de hostilidade dos manifestantes, solicitamos às empresas jornalísticas que pautem a cobertura desses acampamentos somente com a garantia de segurança para seus profissionais.Também orientamos os profissionais agredidos a registrarem boletim de ocorrência. Pedimos, ainda, que as autoridades de segurança pública estaduais reforcem a vigilância em atos antidemocráticos. A FENAJ já enviou ofícios solicitando providências ao Ministério da Justiça e dando ciência dos casos à Secretaria de Comunicação Social do Governo Federal (Secom). Solicitaremos providências aos governos estaduais e ao Ministério Público Federal”.
Ainda por meio de nota, a Polícia Civil informou por que já “se encontra empenhada para apurar a materialidade e a autoria de possíveis suspeitos, que agrediram um fotógrafo, de 60 anos, do jornal Hoje em Dia, enquanto ele cobria uma manifestação na avenida Raja Gabáglia, no fim da tarde desta quinta-feira (5/1)”.