A família de João Paulo Maciel dos Santos, de 19 anos, questionou publicamente na manhã desta quarta-feira (29) a versão apresentada por integrantes das Rondas Ostensivas Cândido Mariano (Rocam) sobre a execução do jovem durante uma ação policial na noite anterior no bairro Vila da Prata, Zona Oeste de Manaus. A corporação sustenta que houve confronto com criminosos e que a vítima integrava o grupo.
No Instituto Médico Legal (IML), onde aguardavam a entrega do corpo, parentes do rapaz rejeitaram qualquer associação dele com o tráfico de entorpecentes na localidade. Eles afirmam que João Paulo estava imobilizado e não ofereceu resistência. Um registro em vídeo, que ganhou circulação nas redes sociais, exibe um homem, supostamente identificado como o jovem, sendo conduzido por agentes, aparentemente desarmado e sob custódia, instantes antes de ser executado.
Em comunicado oficial, a Rocam detalhou sua perspectiva dos acontecimentos. Informou que os policiais realizavam um patrulhamento de rotina quando atenderam a um chamado anônimo que alertava sobre a atuação de criminosos portando armas e negociando drogas no beco Arthur Virgílio.
A nota relata que, ao se deslocarem ao endereço, os militares confirmaram a informação e teriam sido “alvo de disparos” pelos investigados, que recuaram através dos fundos das residências. Com reforço de outras equipes, os oficiais acessaram uma passagem lateral de uma construção e foram, segundo a corporação, “novamente atacados por tiros”. A Rocam declarou ter “respondido à agressão e neutralizado um dos criminosos”, que foi transportado ao Hospital Pronto Socorro Joventina Dias, mas não sobreviveu aos ferimentos.
A Polícia Militar do Amazonas ainda não se pronunciou oficialmente sobre o caso.


