Privatizada desde dezembro de 2022, a Refinaria da Amazônia (Ream) possui, atualmente, o valor mais alto do preço do gás no Brasil. A venda da botija de 13 quilos custa R$ 54, enquanto unidades da Petrobras saem por R$ 31 o vasilhame. As informações são da Folha de S.Paulo.
Dados do Observatório Social do Petróleo mostram que entre 1º de julho e 18 de outubro, o preço do botijão da Ream ultrapassava em 44% o da Petrobras e já registrava diferença recorde. No dia 19 de outubro, a refinaria amazonense aumentou em 19% o preço do gás de cozinha, ampliando ainda mais a margem. Os dados mostram ainda que a Ream foi responsável por 24% da oferta de GLP no Norte do país em 2023 e a Petrobras por 75,8%.
Se comparado com outras refinarias privadas, a botija da Ream também é R$ 13,34 mais cara. Na Bahia, a Refinaria de Mataripe vende o vasilhame de GLP a R$ 39,14, e a Refinaria Potiguar Clara Camarão (RPCC), no Rio Grande do Norte, a R$ 43, ou seja, R$ 15,27 (28,1%) e R$ 11,41 (21%) a menos, respectivamente, do que o cobrado pela Refinaria da Amazônia.
O economista Eric Gil Dantas, do OSP e do Instituto Brasileiro de Estudos Políticos e Sociais (Ibeps), informou que entre todas as refinarias da Petrobras que foram privatizadas, a venda da Reman, atual Ream, foi a que mais trouxe custos para a população.
“Todos os produtos hoje vendidos por ela são mais caros do que os da concorrência e até do Preço de Paridade de Importação, o PPI. Isso contrasta com o período anterior à privatização, quando os preços dessa refinaria eram inferiores aos das outras unidades da Petrobras. Atualmente, vemos uma diferença exagerada no preço do GLP. Como o botijão pode ser 72% mais caro? É difícil encontrar uma justificativa”, afirma Dantas.