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Raio-X da política: Bosco Saraiva é o campeão do Cotão no Amazonas

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Dando prosseguimento à série especial de reportagens sobre os políticos do Amazonas e suas atuações parlamentares, o Estado do Amazonas em parceria com o site Expresso AM publica hoje os custos dos nossos deputados federais com o famoso Cotão. A forma como o dinheiro é gasto e sua relação com o mandato é um parâmetro para o eleitor entender como se trabalha em Brasília. E no ranking dos gastadores, Bosco Saraiva é o campeão. Os dados desta matéria foram todos retirados do site da Câmara Federal, e são os disponíveis até o momento.

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Apesar das despesas aceleradas, o exercício do mandato não acompanha o mesmo ritmo na vida parlamentar do depeutado. Ao todo o filiado ao Solidariedade gastou  R$ 188.988,27, divididos em R$ 36.572,34 em janeiro; R$ 70.842,66 em fevereiro; R$ 44.163,27 em março e R$ 37.410,00 no mês de abril.

Mas quando o assunto é atuação, Bosco deixa a desejar. O ex-presidente da Câmara de Vereadores de Manaus não fez nenhum discurso no plenário em 2022. Nenhuma defesa ao Amazonas, ou proposta defendida no Plenário. Bosco também registra 37 presenças e cinco faltas não justificadas.

A Cota para o Exercício da Atividade Parlamentares (CEAP), o famoso ‘Cotão’, é um direito do parlamentar. Todos os meses, R$ 43.570,12 estão disponíveis para que ele melhore seu trabalho a favor do povo. Mas é aí que mora o problema.

Só para divulgar seu mandato, Bosco gastou R$ 11.680,00. Apesar da ausência de discursos, R$ 7.946, 58 foram gastos com escritório e mais R$ 6.785, 60 com passagens aéreas, além de usar R$ 5 mil com locação de barcos.

FUNCIONÁRIOS DE GABINETE

De janeiro a abril Bosco não amenizou na ‘Verba de Gabinete’. Do total de R$ 446.702,36 livres para gastos, o parlamentar gastou R$ 444.227,91, deixando apenas R$ 2.474,45 para “fechar a conta”.

Bosco mantém 24 servidores a seu dispor, todos pagos com verba pública. Falando em verba pública, o nome dele entrou em rede nacional, mas por motivos ruins.

BOLSOLÃO

O Bolsolão, nome dado à distribuição de verba por parte do presidente Jair Bolsonaro como orçamento secreto, distribuiu muito dinheiro em Brasília durante as eleições das presidências da Câmara e Senado.

Bosco é um dos deputados citados por ter recebido o “agrado”. A lista nunca foi investigada e nem desmentida.

Ao todo, foram R$ 3 bilhões. Na época, o Tribunal de Contas da União (TCU) afirmou que iria investigar o supostos esquema. Mas nada aconteceu.

Em 2019, Bosco apresentou  280 matérias legislativas. Em 2020, foram apenas seis matérias. Já no passado, apenas 37. Este ano, ainda sem dizer que pretende a reeleição, apenas uma.

PARLAMENTAR “GOIANO”

Um dos episódios marcantes da trajetória de Bosco Saraiva na Câmara foi destinar verba para Goiás.

Mesmo eleito para representar o Amazonas, R$ 2 milhões foram para a cidade de  Padre Bernardo por obra do deputado pelo Amazonas.

Apesar de se defender e dizer que apenas foi uma indicação e não uma emenda, destinar tempo e dinheiro para outro estado pegou mal para ele, e bem para o deputado Ottaci Nascimento, autor do pedido, via Ministério do Desenvolvimento Regional (MDR).

Ottaci Nascimento

BOCA DE URNA, PRISÃO E POLÍCIA FEDERAL

Candidato a vice-prefeito na chapa de Amazonino Mendes em 2004, Bosco Saraiva passou por apuros nas eleições daquele ano. Foi preso fazendo boca de urna e levado para a sede da Polícia Federal algemado.

A imagem constrangedora correu Manaus e chapa com o velho aliado pe. Naquele mesmo ano de eleição o então candidato foi alvo da Operação Albatroz.

Na época a PF apurou desvios de R$ 500 milhões em licitações públicas no Estado. A Operação Albatroz foi desencadeada em março de 2002, no governo de Amazonino Mendes. Na época 38 pessoas foram indiciadas, sendo nove delas ligadas ao governador da época, Eduardo Braga.

Entre elas o ex-secretário de Infra-Estrutura e da Casa Civil Bosco Saraiva. Na época Bosco disse que foi alvo do PT. Segundo ele a Operação mirou em candidatos e políticos que estavam contra o partido. Bosco deu entrevistas na época acusando José Dirceu de arquitetar e definir os alvos, diretamente da Casa Civil.

Graças ao mandato tampão de Amazonino, em 2018 Bosco saiu da secretaria de Segurança Pública revigorado e venceu as eleições para Deputado Federal. Hoje, quanto anos depois e com esse mandato abaixo da média, deve vir para deputado estadual, rebaixando as pretensões e ciente de que não emplacou em Brasília.

COTÃO PARA TODOS

No ranking dos gastos com Cotão, logo atrás de Bosco Saraiva, entre os parlamentares do Amazonas a lista está assim:

O segundo lugar vai para Átila Lins (PSD), que usou de R$ 188.732,83.

Dep. Átila Lins (candidato ao TCU. RODOLFO STUCKERT/Camara

Atrás dele vem  Silas Câmara (Republicanos), que gastou R$ 177.831,96;

Depois José Ricardo (PT), com R$ 163.886,68;

Em seguida o bolsonarista Delegado Pablo (União Brasil), com R$ 137.036,03;

Atrás dele vem Sidney Leite (PSD), com gastos de R$ 131.403,85;

Depois vem Marcelo Ramos (PSD) que gastou R$ 117.611,26.

E por último Capitão Alberto (PL), com um total de R$ 99.147,25.

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