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Família denuncia caso de racismo contra jovem estudante, mas PC registra o caso como agressão física e ameaça

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O rapaz carregava uma mochila com livros e ao tentar comprar um salgado em uma lanche, um dos funcionários gritou que ele era um assaltante.

Um estudante de enfermagem, identificado como Carlos Venicios Lima Santos, de 21 anos, foi covardemente agredido e ameaçado com uma arma branca por pessoas desconhecidas ao ser confundido com um assaltante. O caso ocorreu na noite da última sexta-feira (25), em uma banca de comida, localizada na rua Raimundo Nonato de Castro, bairro Santo Agostinho, zona Oeste de Manaus.

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De acordo com o relato feito pelo tio da vítima, o médico Marcelo Santana, em suas redes sociais, o sobrinho carregava uma mochila cheia de livros quando resolveu parar para comer antes de ir para casa ele, que fica no condomínio Reserva Inglesa. Foi neste momento que ao abrir a bolsa, ele foi confundido com um assaltante por um dos funcionários do local, mesmo sem fazer nenhum tipo de menção relacionado a roubo.

Após ser acusado de ser assaltante, o estudante começou a ser agredido por desconhecidos até ser “salvo” por uma mototaxista que passava pelo local e viu toda aquela cena de violência. “Meu sobrinho tem família! Esse crime não vai ficar impune! Vamos até o fim”, disse o tio da vítima na publicação, relacionando o crime ao racismo.

Os funcionários do lanche disseram que realmente tinham confundido o rapaz com um assaltante, porém, negaram que a desconfiança tenha sido motiva por racismo.

Apesar de a publicação ter sido relacionada a racismo, o caso foi registrado no 19º Distrito Integrado de Polícia (DIP) como agressão física e ameaça. De acordo com a Polícia Civil, o jovem compareceu na delegacia e relatou que foi agredido e ameaçado por populares.

“A vítima, que estava com hematomas na região da cabeça e cortes superficiais, foi socorrida por um mototaxista que passava pelo local, e o levou até o Serviço de Pronto Atendimento (SPA) Joventina Dias, bairro Compensa, zona oeste da capital, onde recebeu atendimento médico”, disse a polícia.

Segundo o delegado Aldeney Goes, titular do 19º DIP, um Inquérito Policial (IP) foi instaurado para investigar o caso.

Despreparo

Sobre o registro que não foi feito como agressão em decorrência do racismo, o tio do jovem disse que os profissionais de segurança não estão preparados para receber este tipo de ocorrência.

“Na delegacia um funcionário teve a audácia de falar que não se tratava de um crime de racismo. Como pode uma cidade tão miscigenada como a nossa existir racismo? Comecemos por educar nossos profissionais da Segurança Pública, demonstrar a atuação estatal efetiva na base educacional das pessoas e na melhoria de vida de todos, para evitar inclusive a reação irracional desses “justiceiros”, que na verdade tratam de covardes sem noção!”, finalizou ele na publicação.

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