A professora de história, Bruna Flor de Macedo Barcelos, teve fotos em que ela aparece nua terem sido vazadas por alunos. O caso aconteceu na Escola Estadual Doutor Gerson De Faria Pereira, em Alto Paraíso de Goiás. O incidente se deu após Bruna emprestar seu celular aos estudantes para que capturassem imagens de um evento escolar, sob a promessa de que seriam utilizadas em atividades pedagógicas.
No entanto, os alunos acessaram pastas privadas do dispositivo, compartilhando as imagens de maneira inadequada. A situação veio à tona quando uma coordenadora da escola flagrou diversos estudantes reunidos, observando uma das fotos comprometedoras da professor.
A partir desse momento, Bruna relatou ao g1 ter sido alvo de tratamento desrespeitoso por parte de colegas e da administração escolar: “me senti violada, violentada. Na sequência, a gestão da escola criou um ofício dizendo que os estudantes se sentiam constrangidos de assistirem às minhas aulas por terem visto minha foto nua. Uma inversão de quem foi vítima na situação”.
Agravando a situação, a professora foi surpreendida com sua demissão pela instituição educacional, apenas oito meses após o início de seu contrato, que tinha duração prevista de cinco anos. A escola se amparou no regimento para justificar a medida, argumentando que os professores não estão autorizados a emprestar seus celulares pessoais aos alunos.
“Eu trabalhei até o quinto horário normalmente, sem saber de nada. Enquanto estava todo mundo já sabendo da situação, eu só vim a saber às 18 horas, quando a diretora, no final do dia, me chamou para uma reunião, dizendo que era [uma conversa] só eu entre mim e ela. Mas tinham seis pessoas na sala, me senti inibida e é onde ela me passou o fato. Fiquei estarrecida”.
Em resposta às acusações, Bruna defende que a ação foi motivada pela falta de dispositivos adequados na escola para registrar o evento, especialmente relevante por integrar as celebrações do Mês da Consciência Negra. Até o momento, a gestão da escola não emitiu qualquer pronunciamento sobre o caso.
“Solicitar que estudantes façam o registro de uma atividade é dotá-los de autonomia tem valor imprescindível para um ser humano livre e cidadão”, finalizou a professora.