Em mais uma etapa da Operação Militia, o Ministério Público do Estado do Amazonas (MPAM) cumpriu, nesta quarta-feira (17), dois mandados de prisão e cinco de busca e apreensão em Manaus e no município de Borba (a 150 km da capital). A ação visa desarticular uma organização criminosa especializada em extorsão, falsificação documental e lavagem de dinheiro por meio de contas bancárias fraudulentas.
Foram presos o policial militar reformado Francisco Wendel Simas e Sávio Antônio Leite Corrêa. As investigações revelaram que o grupo utilizava contas abertas com documentos falsos — inclusive em nome de um perito criminal da Polícia Civil, que teve sua identidade usada sem autorização. De acordo com o promotor Armando Gurgel, o perito não tinha envolvimento com as atividades ilegais e colaborou com as investigações, ajudando a desvendar o esquema.
O homem preso em Borba é apontado como responsável por abrir a conta bancária fraudulenta em nome do perito. Já o ex-sargento da PM, preso em Manaus, teria operado a conta durante a prática dos crimes. Ele já havia sido detido em 2023 por envolvimento com tráfico de drogas, quando chegou a trocar tiros com a polícia.
Além das prisões, foram realizadas buscas nas residências dos investigados, resultando na apreensão de equipamentos eletrônicos. Nenhuma arma de fogo foi encontrada nesta fase.
A estrutura do grupo incluía divisão de tarefas, com um núcleo dedicado especificamente à criação de contas falsas e movimentação financeira para dificultar o rastreamento. Segundo o MP, parte dos integrantes tinha vínculos com forças de segurança e, em alguns casos, se passava por policiais usando equipamentos paramilitares.
“As vítimas eram sequestradas, extorquidas e liberadas sem qualquer procedimento legal”, destacou o promotor. Muitas optaram por denunciar diretamente ao MPAM, buscando maior segurança.
Com essas duas novas prisões, sobe para 11 o número de detidos na operação. As investigações seguem em andamento e podem resultar em novas medidas.
O grupo responde por crimes como extorsão mediante sequestro, estelionato, falsidade ideológica e lavagem de dinheiro. Até o momento, três vítimas foram formalmente identificadas.