Ao menos uma pessoa morreu no Reino Unido após ser infectado pela variante ômicron do coronavírus, afirmou o primeiro-ministro Boris Johnson nesta segunda-feira (13/12), no mesmo dia em que o governo britânico afirmou que a cepa está se espalhando no país a um “ritmo fenomenal”, já respondendo por cerca de 40% dos novos casos em Londres.
“Infelizmente, foi confirmado que ao menos um paciente morreu com a ômicron”, disse Johnson. “Então, acho que a ideia de que se trata de uma versão mais amena do vírus é algo que precisamos deixar de lado, para reconhecer o ritmo intenso com que ela está se espalhando entre a população.”
No domingo, Johnson alertou que um “maremoto” de ômicron está prestes a atingir o país e que a população deve urgentemente receber uma dose de reforço da vacina contra a covid-19. E o governo afirmou que, se não forem adotadas medidas, um milhão de pessoas poderão ser infectadas pela nova variante até o fim de dezembro.
Somente no domingo, 1.239 novos casos da ômicron foram confirmados no país, elevando o total detectado para 3.137 – 65% a mais que os 1.898 acumulados até o dia anterior. O Reino Unido detectou os primeiros casos da variante no país em 27 de novembro.
“O que sabemos sobre a ômicron é que ela está se espalhando a um ritmo fenomenal, algo que nunca vimos antes, as infecções [pela variante] estão dobrando a cada dois ou três dias”, disse o ministro da Saúde britânico, Sajid Javid. “Isso significa que estamos diante de um maremoto de infecções, estamos novamente numa corrida entre a vacina e o vírus.”
Cientistas afirmam que a ômicron, muito mais transmissível que outras cepas, é capaz de infectar pessoas que receberam duas doses de vacina.
Dados preliminares revelados na última sexta-feira apontaram que a eficácia da vacina contra infecções sintomáticas é significativamente menor contra a ômicron para quem recebeu duas doses, mas que uma terceira dose de ambas as vacinas usadas no país – Pfizer e Moderna – pode aumentar a proteção para mais de 70%.
Javid afirmou que, embora apenas dez pessoas tenham sido hospitalizadas em decorrência da ômicron na Inglaterra, a variante provavelmente está por trás de cerca de 40% das infecções em Londres.
Segundo o ministro, apesar de os sintomas da cepa possivelmente serem mais leves, a não ser que o governo aja, o sistema de saúde poderá ficar sobrecarregado.
“Mesmo quando um vírus é ameno, uma pequena porcentagem de pessoas de um grande número [de infectados] ainda pode equivaler a um número elevado de hospitalizações”, disse Javid.
“Duas doses não são suficientes, mas três doses ainda oferecem excelente proteção contra infecções sintomáticas”, ressaltou.