Morreu nessa terça-feira (9), David Bennett, de 57 anos. Ele foi o primeiro homem a receber o transplante de coração de porco, geneticamente modificado. A cirurgia foi feita em janeiro deste ano, no Centro Médico da Universidade de Maryland, nos Estados Unidos.
Na época da cirurgia David falou sobre a decisão de fazer a cirurgia. “Era morrer ou fazer esse transplante. Eu quero viver. Eu sei que é um tiro no escuro, mas é minha última opção”, declarou Bennett um dia antes da operação.
O paciente passou os meses anteriores ao procedimento na cama e ligado a uma máquina de suporte à vida. À época, a Agência de Alimentos e Medicamentos (FDA) americana, similar à Anvisa no Brasil, concedeu uma autorização de emergência para a cirurgia na véspera de Ano Novo. Esta era a última chance para um paciente que não estava apto para um transplante convencional.
“Esta foi uma cirurgia revolucionária e nos deixa um passo mais perto de resolver a crise de escassez de órgãos”, disse Bartley Griffith, que transplantou o coração do porco.
Ainda não se sabe se o corpo de Bennet rejeitou o órgão estranho. “Não havia nenhuma causa óbvia identificada no momento de sua morte”, disse uma porta-voz do hospital.
Servidores do hospital afirmaram não poder comentar mais sobre a causa da morte, porque os médicos ainda não realizaram um exame completo. Eles planejam publicar os resultados em uma revista científica revisada por pares.
Bartley Griffith, o cirurgião responsável pelo transplante, disse que a equipe do hospital ficou “devastada” com a perda de Bennett. “Ele provou ser um paciente corajoso e nobre que lutou até o fim”, disse o médico. “O senhor Bennett tornou-se conhecido por milhões de pessoas em todo o mundo por sua coragem e firme vontade de viver”, completou Griffith.