Ennio Candotti, físico e fundador do Museu da Amazônia (Musa), faleceu aos 81 anos nesta quarta-feira (6). Originário da Itália, ele se tornou cidadão brasileiro e desempenhou papéis proeminentes na Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC), sendo presidente de honra e liderando a entidade de 1989 a 1993 e de 2003 a 2007.
Em 1998, Candotti recebeu o Prêmio Kalinga da UNESCO por sua notável contribuição para a popularização da ciência, um reconhecimento que existe desde 1951 para indivíduos ou organizações que diminuíram a lacuna entre a ciência e a sociedade por meio de contribuições significativas para a popularização científica.
O Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa) destacou sua incansável dedicação às questões amazônicas ao longo de 15 anos, enfatizando seu papel como defensor apaixonado do estudo e preservação da biodiversidade da região. A Universidade Federal do Amazonas (UFAM) expressou pesar, classificando Candotti como um dos maiores expoentes da ciência contemporânea, enquanto a Finep lamentou a perda, declarando luto na comunidade científica brasileira.
A concepção do Musa surgiu durante uma reunião da SBPC em 2007, quando Candotti propôs a ideia de criar um museu na floresta. Posteriormente, ele foi convidado a liderar a criação e direção do Museu, que foi fundado dois anos depois. Em 2011, parte da Reserva Florestal Adolpho Ducke foi cedida para a instalação do Musa. O museu recebeu financiamento do Fundo Amazônia em 2013 e 2014, permitindo a construção de laboratórios, trilhas e a icônica torre de observação de 42 metros.