Em decisão judicial desta segunda-feira (7), cinco pessoas envolvidas na invasão à 56ª Delegacia Interativa de Polícia (DIP) de Jutaí, no interior do Amazonas, e no linchamento de Gregório Patrício da Silva, de 48 anos, tiveram suas prisões preventivas revogadas. Entre os liberados está Vitória Assis Nogueira, mãe da criança Lailla Vitória, de um ano e seis meses, vítima de estupro e homicídio, crimes pelos quais Gregório havia sido preso antes de ser morto por uma multidão.
A decisão foi tomada após uma audiência de instrução realizada por videoconferência, com oitiva de mais de 11 testemunhas, entre policiais civis, militares e guardas municipais. O juiz considerou que houve excesso de prazo na prisão preventiva, que já ultrapassava oito meses, e concedeu liberdade provisória aos réus com base no artigo 319 do Código de Processo Penal.
Gregório Patrício da Silva foi preso em 20 de setembro de 2024, acusado do estupro e assassinato da filha de Vitória. Durante seu interrogatório, uma multidão invadiu a delegacia, arrancou-o da cela e o espancou até a morte em uma via pública, onde seu corpo foi ainda incendiado. As imagens da violência viralizaram nas redes sociais.
Ao todo, 20 pessoas foram denunciadas pelo caso, sendo que 15 foram presas inicialmente. O Ministério Público do Amazonas (MPE-AM) alega que Vitória teria incitado a invasão, mas sua defesa nega, argumentando que ela agiu sob forte comoção pela morte da filha.
Os acusados agora aguardarão as próximas etapas do processo em liberdade. Vitória Assis cumpria prisão no Centro de Detenção Provisória Feminino (CDPF), em Manaus. O caso segue sob análise do Tribunal de Justiça do Amazonas (TJ-AM).