Nesta segunda-feira (7), a Justiça do Amazonas inicia o julgamento de Vitória Assis Nogueira, mãe de Laylla Vitória, bebê de um ano e sete meses estuprada e assassinada em Jutaí (a 751 km de Manaus). Além dela, outras 15 pessoas respondem pelo linchamento do principal acusado, Gregório Patrício da Silva, vendedor de picolé que confessou o crime.
Em 19 de setembro de 2024, Gregório foi preso após admitir o estupro e o assassinato da criança, cujo corpo foi jogado no rio. Horas depois, uma multidão invadiu a delegacia, espancou o acusado com pedaços de madeira e, em seguida, o queimou vivo. Vitória, mãe da vítima, foi detida preventivamente junto com os envolvidos no linchamento.
O advogado Vilson Benayon, que representa Vitória, afirma que ela não participou do ataque e sofre uma “penalidade dupla”: além de perder a filha brutalmente assassinada, cumpre prisão preventiva há oito meses sem provas de envolvimento no linchamento.
Os 16 réus respondem por homicídio qualificado. O caso reabre debates sobre justiça popular, violência contra crianças e a situação de Vitória, que, segundo a defesa, é mais uma vítima do sistema.
A audiência ocorre no Complexo Prisional Feminino de Manaus, onde a mãe aguarda julgamento.