Um cartaz pendurado em uma passarela da avenida Djalma Batista, em Manaus, virou símbolo de revolta e dor nesta sexta-feira (25). Com letras grandes e um desabafo direto, ele dizia:
“Minha esposa grávida morreu por causa de um buraco. O prefeito só tapou no dia do velório. CPI do asfalto já!”
A frase faz referência à morte da biomédica Giovana Ribeiro da Silva, de 29 anos, que estava grávida de oito meses e perdeu a vida no dia 22 de junho, após o marido passar com a moto por um buraco e perder o controle. O casal foi arremessado e Giovana bateu com força no canteiro central. Ela e o bebê morreram na hora. A cena foi registrada por câmeras de segurança e chocou a cidade.
O que revoltou ainda mais a família foi o fato de que a Prefeitura só tapou o buraco no dia seguinte, durante o velório da vítima. Segundo o município, a obra já estava “no cronograma”, mas para muita gente, isso soa como desculpa esfarrapada.
Até agora, o prefeito David Almeida (Avante) não se pronunciou sobre o protesto nem sobre as acusações de negligência.
Com a dor de quem perdeu uma esposa e um filho, o cartaz pendurado na Djalma diz o que muitos sentem, mas nem todos conseguem expressar: a morte de Giovana poderia ter sido evitada.