O médico Júlio Adriano da Rocha Carvalho foi condenado a 19 anos de prisão pelos crimes de estupro e importunação sexual cometidos contra pacientes durante atendimentos em unidades de saúde de Manaus, entre os anos de 2016 e 2018. A decisão foi proferida pela 7.ª Vara Criminal da Comarca de Manaus e divulgada nesta quinta-feira (24) pelo Tribunal de Justiça do Amazonas (TJAM).
De acordo com os autos, os abusos ocorreram em dois locais distintos: uma Unidade de Pronto Atendimento na zona Centro-Oeste da capital, em 2016, e um hospital da rede particular na zona Sul, em 2018. Júlio Adriano foi condenado a 12 anos de prisão por estupro em dois casos distintos. Em outro processo, referente a denúncias de 2018, foi sentenciado a mais 7 anos de prisão — seis por estupro e um por importunação sexual.
As investigações apontaram que os crimes foram cometidos dentro dos consultórios, com uso de violência física e abuso de autoridade profissional. O juiz Charles José Fernandes da Cruz destacou na sentença que as vítimas relataram com firmeza e detalhes os abusos sofridos, e os depoimentos foram corroborados por documentos, como prontuários médicos e termos de representação.
Outras vítimas chegaram a ser citadas no inquérito, mas não foram localizadas para prestar depoimento em juízo, o que resultou na absolvição parcial do réu por falta de provas. Em todos os casos em que foi condenado, Júlio Adriano negou as acusações, mas a Justiça considerou as provas consistentes e reconheceu um padrão de conduta abusiva.