O jovem soldado, Daniel Martins Ribeiro da Silva, de 18 anos, precisou ser internado no Centro de Terapia Intensiva (CTI), em Bangu (RJ), após passar por uma série de exercícios pesados no Batalhão Paraquedista (BDompsa) um dia após entrar para o batalhão.
Segundo informações da família de Daniel, um dia depois do treinamento ele passou mal e precisou ser internado, onde foi submetido a hemodiálise. Ainda segunda a família, após o jovem ficar exausto por causa dos exercícios, ele foi expulso do local.
“Interromperam os sonhos do meu filho. Ele está traumatizado e não é lixo para ser jogado fora. Mesmo com dor, ele foi obrigado a ficar pagando flexões, canguru, no asfalto quente e num calor de 40 graus. Enquanto isso, era coagido com palavras: ‘Quer sair?’, ‘Quer ir para o hospital?, pede para sair!'”, detalha Rafael Ribeiro da Silva, de 39, pai do jovem.
Ainda de acordo com Rafael, o capitão instrutor ordenou que o rapaz pegasse a sua farda, seus pertences e fosse embora do Exército. Daniel foi socorrido pelos pais na calçada da porta do batalhão, desorientado, e com fortes dores. Internado, foi diagnosticado com rabdomiólise (situação grave caracterizada pela destruição das fibras musculares), segundo os pais, devido ao excesso de exercício e falta de água. O rapaz está sendo submetido à hemodiálise.
Expulso
De acordo com o pai do rapaz, ele foi desligado do serviço militar. No entanto, ele teme que o filho fique com sequelas e pede a reintegração do jovem, até mesmo que ele venha ser reformado posteriormente. No primeiro dia que passou mal, o soldado foi consultado por um médico e recebeu anti-inflamatório e analgésico. No dia seguinte, após reclamar de dores, foi levado para uma ambulância onde recebeu uma bananada e água.
“Meu filho fez todos os exames e estava apto a fazer exercícios. Tenho dois irmãos paraquedistas, um deles já reformado, que sempre foram inspiração para o Daniel. Ele tinha ficado na reserva e entrou por causa de uma desistência. Dia 19 é o seu aniversário. Iríamos comemorar a data e a entrada dele para o Exército”, lamenta o pai, informando ainda que vai buscar ajuda de um advogado e do Ministério Público.
O que diz o Comando Militar
Procurado, o Comando Militar do Leste informou que, após ter passado mal, Daniel foi atendido e medicado pela equipe médica do quartel. Segundo o CML, ao fim do expediente, quando estava voltando para sua casa, se sentiu mal novamente e, depois de ligar para o pai, ele o levou para um hospital particular. Um procedimento administrativo foi aberto para apurar os fatos.