A Receita Federal do Brasil e a Polícia Federal deflagraram nesta quinta-feira (28) a operação Hidden Circuit, que tem como alguns dos alvos influenciadores digitais nos estados do Amazonas, Goiás, Tocantins e Mato Grosso. O objetivo é reprimir os crimes de descaminho, organização criminosa, evasão de divisas, incitação ao crime e lavagem de capitais. Os prejuízos aos cofres públicos podem chegar a 80 milhões de reais por ano, somente em tributos federais sonegados.
A investigação é decorrente do desdobramento da Operação Mobile, que foi deflagrada em abril deste ano (2024), desencadeada a partir da prisão em flagrante de vários transportadores de mercadorias, especialmente eletrônicos, sem os pagamentos dos devidos tributos.
Revelou-se a existência de uma organização criminosa que atua na importação clandestina, no transporte, depósito e na comercialização de produtos eletrônicos oriundos do Paraguai, com atividades, principalmente, nas cidades de Goiânia/GO, Anápolis/GO, Palmas/TO, Manaus/AM e Confresa/MT.
Em fases anteriores, já foram feitas apreensões de mercadorias em um montante aproximado de 10 milhões de reais.
A organização criminosa é composta por diversos integrantes que possuem uma divisão de tarefas especializadas, de forma a realizar a importação ilícita, comercialização, distribuição e entrega dos aparelhos eletrônicos. As empresas envolvidas e identificadas têm uma movimentação financeira milionária, com utilização de criptomoedas para realizar as transações ilegais e a lavagem de capitais oriundos dos crimes praticados.
Foram identificados influenciadores digitais que atuam como “coaches” e que se autointitulam como “especialistas” na importação de eletrônicos. Eles ministram cursos e ensinam seus seguidores a fazerem a “importação” clandestina de produtos sem o recolhimento de impostos e os orientam como proceder para se esconderem das autoridades estatais. Esses influencers ostentam uma vida de luxo na internet, realizando postagens de viagens e de carros importados provenientes dos lucros das atividades ilícitas.
Participaram das ações aproximadamente 133 servidores da Receita Federal e 300 policiais federais que cumprem 76 mandados de busca e apreensão e sequestro de bens.