Francimar da Silva Braz, conhecido como “Sapinho”, foi condenado a 15 anos e três meses de prisão pelo crime de feminicídio praticado contra a então companheira dele, Eline Monique Melo de Oliveira. O crime ocorreu em fevereiro de 2020, dentro do quarto de um hotel que o casal estava hospedado, no Centro de Manaus.
Segundo consta nos autos do processo, Francimar teria dito que a vítima cometeu suicídio com a arma dele. “Eu tinha uma arma que ficava escondida no banheiro, dentro da calha da lâmpada. Ela saiu do banheiro com a arma apontada para a cabeça e disparou um tiro. Ela caiu e ficou agonizando. Eu ainda perguntei por que ela tinha feito aquilo, pois iria me complicar”, disse o réu durante o julgamento, em plenário.
Entretanto, a promotora de justiça Lilian Nara Pinheiro de Almeida, afirmou que o laudo pericial mostrou que Eline foi agredida com algum objeto, possivelmente com a coronha da arma. De acordo com a promotora, a perícia apontou que a vítima apresentava dois ferimentos do lado direito e um do lado esquerdo da cabeça.
Francimar já está preso desde aquele ano, e o período em que esteve preso preventivamente será abatido da pena na sentença, que ainda cabe apelação.
O crime
No dia do crime, Francimar apareceu na recepção do Hotel Sun, vindo do quarto em que estava hospedado com Eline, chorando e colocando as mãos na cabeça. Ele dizia que a jovem havia cometido suicídio. Em seguida, deixou o local dizendo que buscaria ajuda, mas não retornou ao local.
A recepcionista do hotel então acionou a Polícia Militar, que encontrou a vítima caída no chão do quarto, agonizando. O SAMU foi chamado, mas o óbito da vítima foi constatado pela equipe do serviço de urgência. Segundo testemunhas ouvidas durante o inquérito policial, o denunciado tinha um relacionamento com a vítima desde que esta contava com 15 anos de idade e sempre demonstrara ter muito ciúme dela, chegando a ameaçá-la e a agredi-la em outras ocasiões.