ACRE | Uma grávida de Sena Madureira, no Acre, perdeu o bebê aos 8 meses de gestação depois de contrair Covid-19. Segundo a gestante, que preferiu não se identificar, o óbito da criança estaria relacionado aos medicamentos receitados por uma médica de um hospital estadual que procurou ao perceber os primeiros sintomas da doença.
De acordo com a mãe, os primeiros sintomas de covid-19 começaram a aparecer no início de março e eram parecidos com os de uma gripe. “Eu estava na minha casa, em isolamento, não sei como peguei, porque era a coisa de que eu tinha mais medo. Usava máscara até em casa”, lembra.
Depois de alguns dias, com a piora de sua saúde, a mãe conta ter procurado um hospital estadual de Sena Madureira, onde recebeu de uma médica uma receita para tomar azitromicina, dipirona e ivermectina. “O enfermeiro olhou para ela e perguntou se eu podia tomar, porque estava grávida. Ela disse que sim, que minha bebê já estava toda formada”, afirma.
Ela diz que a filha parou de se mexer depois disso. “Minha filha não mexeu mais depois que comecei com a medicação”.
O atestado de óbito cita causas naturais para a morte da menina, mas a mãe diz não acreditar no diagnóstico.
Embora não haja evidências de relação entre o uso dos medicamentos e riscos para a gestação, o chamado ‘kit covid’ – composto por hidroxicloroquina, azitromicina e ivermectina – não possui eficácia comprovada contra a covid-19, e ainda pode trazer efeitos colaterais graves.