EUA| Wemerson Dutra Aguiar, 25, brasileiro, é suspeito de ganhar US$ 360 mil (ou quase R$ 2 milhões em valores convertidos hoje) com fraudes financeiras nos EUA cometidas entre janeiro de 2019 e abril deste ano. Ele, Priscila Barbosa, 35, e outras oito pessoas foram presos pelo FBI (a Polícia Federal norte-americana) no estado de Massachusetts no último dia 5.
As investigações apontam que Aguiar, nascido na Bahia, exercia papel de mentor e executor das supostas fraudes.
Segundo o FBI, outros nove brasileiros estão sendo procurados por também fazerem parte do suposto esquema criminoso.
A fraude partia de contas falsas de motoristas em aplicativos de cinco empresas de transporte e entregas a partir de documentos roubados de norte-americanos na DarkNet, um ramo mais aprofundado da Deep Web e basicamente utilizado por criminosos.
Aguiar, segundo o FBI, vendia ou alugava essas contas falsas para motoristas que não tinham as qualificações necessárias para serem cadastrados.
Além disso, ainda de acordo com o FBI, os suspeitos usavam “bots” (aplicativo de software que executa tarefas automatizadas) para explorar programas de bônus das empresas e tecnologia de falsificação de GPS, o sistema de posicionamento global.
Com isso, os motoristas ganhavam bem mais nas corridas. Os valores não foram revelados.
O FBI estima que mais de 2.000 americanos tenham sido lesados.
Procurado para comentar sobre o caso, o Itamaraty ficou de enviar resposta, mas isso não ocorreu até a última atualização deste texto.
As defesas de Aguiar e dos demais suspeitos não foram localizadas.
O FBI informou que foram encontradas no celular de Aguiar, apreendido com autorização judicial, diversas provas contra o brasileiro, como fotos do próprio Aguiar, alteradas digitalmente, em ao menos nove contas fraudulentas de motoristas.
A partir da identificação do dispositivo celular utilizado por Aguiar, o FBI identificou mais de 180 contas criadas pelo brasileiro em apenas um aplicativo.
A investigação aponta que Aguiar participava de centenas de grupos de WhastApp, todos em português, nos quais divulgava seus serviços de aluguel de contas fraudulentas de motoristas.
Além disso, ele também ensinava aos clientes maneiras de proteger tais contas de valores cobrados pelas empresas, segundo as investigações.
Ele recebia os pagamentos por meio de diversos bancos, utilizando as identidades falsas dos americanos que eram cadastradas nas empresas de aplicativo.
Caso sejam condenados, os envolvidos podem pegar até 20 anos de prisão, além de multa que pode chegar a duas vezes o valor da fraude.