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Ex-cantor gospel recebe ameaças de morte após se assumir bissexual

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RONDÔNIA | Abandonando a carreira de sucesso na música gospel, Jotta, de 23 anos, assumiu sua bissexualidade no ano passado e migrou para o mercado pop. As informações são do UOL.

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João Antônio, o Jotta, nasceu em Guarujá-Mirim, em Rondônia, e conheceu a fama bem cedo. Criado em uma família cristã, foi na Igreja que Jotta descobriu o senso de comunidade e também recebeu as primeiras influências musicais do soul e do R&B. Foi no gospel que sua carreira deslanchou. Mas algo não se encaixava quando se tratava da sua sexualidade.

“Isso causou várias dúvidas na minha cabeça. Eu era um dos cantores com mais visibilidade no mercado gospel, mas a culpa só crescia porque o aprendizado que tive dentro da igreja era de que ser homossexual é errado”, relembra.

Jotta tinha receio de não ser aceito pela comunidade e pelo público que sempre o acompanhou, além de arriscar o sucesso que tanto ajudou sua família a ter uma vida melhor. Mas o cenário se mostrou insustentável.

“Eu tinha toda uma estrutura empresarial e familiar que dependia financeiramente do meu trabalho. Como se desfazer de tudo isso quando você sabe que se assumir afetará toda a sua carreira? Você não será aceito da forma que é, e, sim, da maneira que eles querem que você seja, argumenta”

Foi só no ano passado que ele teve coragem de se assumir publicamente como bissexual, romper com a Igreja e a música gospel e trilhar um novo caminho dentro da carreira na música. A decisão veio acompanhada de medo e insegurança, mas o cantor, que é de Rondônia, não pestanejou e compartilhou a empolgação em torno dos novos planos com um site paulista.

A mudança radical, porém, não foi vista com bons olhos por alguns ao seu redor. Jotta lamenta que até hoje, quase um ano depois de se assumir bissexual e de se afastar da Igreja, ainda receba ofensas e críticas. Da religião, ele tenta guardar somente as coisas boas.

“Sofro ameaça de morte todo dia, palavras de ódio, racismo, homofobia. Pessoas subestimam meu trabalho. Até hoje, enxergo Cristo com um mensageiro de amor para todos, não só para as pessoas que a Igreja prega. Sou grato pela trajetória que tive, mas não sigo nenhuma religião. Só acredito em Deus”.

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