A Delegacia Especializada em Proteção à Criança e ao Adolescente (Depca) de Manaus iniciou uma investigação contra o proprietário de uma academia de jiu-jítsu da Zona Norte da capital, após um grupo de mães registrar boletins de ocorrência na noite desta quinta-feira (4) por supostos crimes de assédio sexual, agressão física e ameaças cometidos contra adolescentes. O caso, que envolve relatos de violência e intimidação, teve as primeiras queixas formalizadas na Delegacia Especializada em Crimes Contra a Mulher (DECCM).
De acordo com os depoimentos, o professor Djeimison Taveira, dono do Instituto Taveira, no bairro Novo Aleixo, é apontado como autor das agressões. Os relatos incluem desde toques indevidos e comentários inapropriados sobre a vida pessoal de alunas menores de idade até episódios de violência física e psicológica.
Uma ex-aluna, que preferiu manter anonimato, contou que o assédio começou em 2022, quando ela tinha 15 anos. “Ele pedia para me seguir nas redes sociais e comentava minhas fotos. Chegou a me oferecer um quimono em troca de favores. Em uma ocasião, tocou na minha perna sem consentimento”, disse. A jovem afirmou que só não denunciou na época por medo de represálias e por falta de opções para praticar o esporte.
Outro caso narrado à polícia envolve um adolescente de 14 anos que, segundo familiares, foi trancado em uma sala e ameaçado de ser entregue a traficantes por conta de um relacionamento. Ainda segundo os boletins, o professor também é acusado de cortar o cabelo de um aluno sem permissão e de agredi-lo com tapas.
As acusações se estendem à esposa do proprietário, citada em depoimento por supostamente praticar intimidação. Uma mãe afirmou que a mulher fez comentários ofensivos sobre o corpo de sua filha e, quando confrontada, ameaçou divulgar um vídeo para criminosos da região.
Investigação e defesa:
A investigação, conduzida pela delegada Juliana Tuma, titular da Depca, apura as denúncias de estupro e violência com base nos relatos de toques indevidos, ameaças e agressões. A polícia também investiga a suspeita de que o acusado usaria uma identidade falsa em competições de artes marciais.
Em nota oficial, o Instituto Taveira negou todas as acusações, classificando-as como “caluniosas e irresponsáveis”. A defesa afirmou que o professor sempre agiu com “ética e responsabilidade social” e prometeu adotar “as medidas judiciais cabíveis” para preservar a honra e a imagem do professor e da instituição.