Na manhã desta quarta-feira (12), durante o desdobramento da CPI da Covid, o ex-secretário de Comunicação Social da Presidência da República Fabio Wajngarten foi ouvido. Wajngarten foi convocado para depor pois, após ser demitido do governo, em março, ele afirmou em entrevista à revista Veja que o Brasil deixou de comprar vacinas da Pfizer por “incompetência” do Ministério da Saúde, que na época ainda era comandado pelo general Eduardo Pazuello.
Durante o depoimento, ex-secretário, negou qualquer crítica direcionada ao ex-ministro Pazzuello e garantiu que o Governo Federal, durante sua gestão, não circulou campanhas que desencorajassem o isolamento ou o uso de máscaras.
Durante a sessão, o senador Renan Calheiros (MDB-AL) mostrou-se irritado pela forma como Fábio Wajngarten respondia pergunta objetivas tergiversando, rodeando respostas que poderiam ser respondidas com ‘sim’ ou ‘não’. “O senhor não pode passar a ideia de que nós não estamos perguntando objetivamente sobre os fatos, o Sr. precisa responder”, disse Renan.
O Senador Eduardo Girão (Podemos-CE) saiu em defesa do ex-secretário, afirmando que o depoimento ocorria de forma desrespeitosa. “Vimos a intimidação de um cidadão que merece respeito, não merece ser humilhado”, replicou Girão.
Foi quando o senador Omar Aziz (PSD-AM), presidente da CPI se impôs: “O senhor me desculpe, mas ele não está sendo humilhado, ele está sendo bem tratado! Ele tem um emprego, recebe o salário dele todos os meses, está muito bem protegido! Humilhação é o povo pobre que não tem dinheiro pra comer, rapaz! Eu não humilho ninguém, você me conhece!”, afirmou.
Aziz continuou firme: “A família dele esta vendo, as filhas dele estão vendo e eu não estou aqui para humilhar ninguém, eu me coloco no lugar dele, mas não dá pra esquecer 422 mil vidas perdidas!”
“Queremos extrair dele a entrevista que ele deu à revista Veja, onde ele disse que a equipe do Ministério da Saúde era incompetente. Então não faça isso, não queira vitimizar ele! Não faça isso!”, disse o presidente da CPI.
Depois de algumas horas de depoimento, Omar é mais uma vez direto quanto ao papel do ex-secretário na CPI. “Sr. Fábio, não menospreze nossa inteligência, o senhor só está aqui por conta da entrevista que deu à revista Veja, ou nós nem lembraríamos que o senhor existe. Você chamou a equipe do governo de incompetente, falou que a Pfizzer tinha 5 escritórios de advocacia enquanto o governo estava ‘perdido’. Então estamos aqui para cumprir um objetivo muito claro”, completou Aziz.
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