A CPI da Covid no Senado aprovou nesta quarta-feira (15) a convocação da ex-mulher do presidente Jair Bolsonaro, Ana Cristina Siqueira Valle. O objetivo é apurar a relação dela com o lobista Marconny Faria, que atuou na Precisa Medicamentos.
Marconny depôs na CPI nesta quarta-feira. Em seu depoimento, ele disse ser amigo de Jair Renan (filho de Ana Cristina e Jair Bolsonaro) há dois anos, e depois afirmou na verdade se tratar de um colega. Afirmou que o camarote no estádio Mané Garrincha em que fez sua festa de aniversário em dezembro do ano passado era de Jair Renan. Também contou já ter apresentado ao filho do presidente um advogado tributarista com o objetivo de ajudá-lo a abrir uma empresa.
No entanto, ele negou ter recebido qualquer benefício por isso ou manter negócios com o filho do presidente. Marconny contou também conhecer a mãe de Jair Renan, mas disse não conhecer outros integrantes da família Bolsonaro.
“Mensagens eletrônicas extraídas de aparelho celular em posse desta Comissão Parlamentar de Inquérito indicam que, a pedido do lobista Marconny Faria, a Sra. Ana Cristina Siqueira Valle, ex-mulher do atual Presidente da República, entrou em contato com o Palácio do Planalto para exercer influência no processo de escolha do Defensor Público-Geral Federal junto ao então Ministro da Secretaria Geral da Presidência e atual Ministro do TCU, Jorge Oliveira”, diz trecho do requerimento do senador Alessandro Vieira, aprovado pela CPI.
“Como se sabe, o Sr. Marconny Faria atuou como lobista da empresa Precisa Medicamentos, investigada pela CPI da Pandemia em razão de irregularidades na negociação de compra da vacina Covaxin, de modo que a sua relação próxima com a ex-esposa do Sr. Jair Bolsonaro deve ser amplamente esclarecida, com vistas a examinar potencial atuação ilícita de ambos no contexto da pandemia”, escreveu Alessandro.