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Ator Marco Pigossi lamenta por pai bolsonarista: “Quando meu pai votou em Bolsonaro, senti uma dor profunda”

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O ator falou também sobre preconceito e medo de assumir a sexualidade no Brasil.

O ator Marco Pigossi declarou o sofrimento que viveu ao saber que o pai era eleitor do presidente Bolsonaro. O posicionamento político de pai e filho criou, segundo ele, um abismo entre os dois, que atualmente não têm contato direto. O ator também se manifestou sobre sua sexualidade e as dificuldades enfrentadas ao longo da carreira.

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O assunto já tinha sido notícia há algum tempo, mas uma postagem do namorado do ator, o cineasta italiano Marco Calvani, fez com que as pessoas voltassem a falar sobre sua preferência sexual. Na postagem onde o casal aparece junto, o ator comentou “Choca zero pessoas”.

De acordo com Pigossi, na época que trabalhava na Globo assumir a sexualidade seria o mesmo que pedir para sair da emissora. “Na minha cabeça, não havia nenhuma margem de chance para eu me assumir. Se fizesse isso, todas as portas se fechariam para mim de forma automática”, disse em entrevista à revista Piauí.

Somente agora que está morando no exterior o ator se disse a vontade para falar sobre o assunto que foi tabu durante toda sua vida. “Nada como viver às claras, ser o que se é em privado e em público. Talvez os futuros galãs não sintam o mesmo medo que eu senti de perder minha carreira”, desabafou. Atualmente o ator nora em Los Angeles (EUA).

Decepção e afastamento do pai

E o preconceito não era sentindo somente fora de casa. Segundo o ator, a relação familiar, em especial com o pai, ficou abalada depois que ele assumiu a sexualidade e piorou mais ainda quando descobriu que o genitor havia votado no atual presidente , Jair Bolsoanro.

“Meu pai votou em Bolsonaro. Durante os oito anos do meu namoro com um homem, minha família sempre soube. Mas meu namorado e eu nunca jantamos com meu pai, que jamais perguntou sobre meu relacionamento“, lembrou o ator.

Ao lembrar do tempo que conviveu com o pai, Pigossi disse que o relacionamento entre eles foi sendo distanciado a medida que ele começou a dar sinais de que era homossexual. “Meu pai e eu tínhamos o hábito de pilotar moto. Juntos, chegamos a viajar de São Paulo à Patagônia, percorrendo mais de 5 mil km. Mas, apesar da proximidade física nas viagens, sempre houve um abismo. Minha vida amorosa era um não assunto. E, quando meu pai votou em Bolsonaro, senti uma dor profunda, uma tristeza profunda”, lamentou.

Atualmente o ator não tem um contato tão direto com o pai. “Meu pai e eu ficamos sem nos falar durante o ano da eleição e até hoje temos contatos apenas esporádicos. O abismo, que já era grande, tornou-se ainda maior. Meu pai é um cara afetivo, sensível. Sou o primeiro gay com quem ele lida. Pouco a pouco, espero que ele aprenda a lidar com naturalidade”, destacou.

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