O ex-prefeito de Manaus Arthur Neto (PSDB), voltou às manchetes nesta segunda-feira (7), por suspeita de ter dispensando uma licitação enquanto era chefe do executivo municipal de Manaus. E desta vez a empresa ligada ao contrato é suspostamente da esposa do político, Elizabeth Valeiko.
De acordo com o Ministério Público, Arthur teria ignorado uma licitação e beneficiado a empresa da esposa. Embora não informe valores, quem investiga o caso é a promotora de Justiça Sheyla Frota, conforme o Diário Oficial do órgão.
“Considerando que administração pública direta e indireta de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, obedecerá aos princípios da legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência”, diz a promotora Sheyla no documento que foi publicado no dia 27 de janeiro de 2022.
Arthur segue em silêncio, assim como sua esposa.
ROTINA DE ESCÂNDALOS E DENÚNCIAS
Arthur Neto passou 8 anos no comando da Prefeitura de Manaus e colecionou escândalos, denúncias e falta de transparência. Contratos suspeitos, investigações nos órgãos de controle e um assassinato arranham a imagem do tucano.
Arthur foi alvo de inquérito por conceder gratificações suspeitas de 500% a 11 servidores aliados da Casa Civil. A Promotoria pediu que ele devolvesse R$ 1 milhão aos cofres públicos.
O Tribunal de Contas da União também acusou Arthur de desvios milionários em merenda escolar. Mais de R$ 2,8 milhões. Assim como no caso da Best Car, a suspeita de direcionamento cai nas costas do político.
PANDEMIA
Arthur também se meteu em confusão durante a pandemia. Foi acusado pelo dono do grupo Samel, Luiz Alberto Nicolau, de se aproveitar do desespero das famílias diante da Covid, e, mais uma vez ao lado da esposa, Elizabeth Valeiko, desviar dinheiro da Secretaria Municipal de Saúde (SEMSA).
Nicolau deixou a gestão do Hospital de Campanha Municipal Gilberto Novaes após observar o método Arthur de gerir a coisa pública. Neste caso, o dinheiro público teria sido usado para contratar empresas de lixo e lavanderia.
As empresas contratas pela Prefeitura de Manaus, que supostamente foram beneficiadas com o dinheiro público, são a J.P DE CASTRO – EIRELI e a LIMPAMAIS SERVIÇOS DE LIMPEZA EIRELI-EPP.
O próprio Portal da Transparência da Prefeitura de Manaus mostrou que a J.P prestava serviço de lavanderia ao Hospital de Campanha Municipal Gilberto Novaes. Ao todo o contrato era de R$1.287.000,00 (um milhão, duzentos e oitenta e sete mil reais) pelo período de 180 dias.
A LIMPAMAIS foi contratada por 180 dias, e recebeu R$1.507.675 (um milhão, quinhentos e sete mil, seiscentos e setenta e cinco reais e setenta e quatro centavos). As empresas foram contratadas e receberia por quilo de roupa lavada.
Mas não havia balança no hospital. “O lixo, pra você ter uma ideia, ele era por quilo, mas não tinha balança. A mesma coisa era com a lavanderia”, afirmou o empresário Luiz Alberto Nicolau.
CASO FLÁVIO
A morte covarde do engenheiro Flávio Rodrigues dentro da casa de Elizabeth Valeiko é outra mancha sem precedentes na biografia do político. Além do crime chocante, Arthur virou alvo de investigação por improbidade.
O uso do carro da prefeitura para levar o corpo da vítima chocou Manaus. A informação consta em uma portaria assinada pelo promotor de Justiça, Hilton Serra Viana e publicada no Diário Oficial do MP.
A publicação mostra que foi aberto inquérito para instaurar o Procedimento Preparatório o promotor considerou a Notícia de Fato n. 01.2019.00007217-0, que apura as possíveis condutas ilegais praticadas pelo prefeito Arthur Neto.
Viana também considerou que o prazo para apuração preliminar em NF se esgotou ainda havendo necessidade de realização de diligências essenciais para esclarecer os fatos.
Até hoje a família do engenheiro clama por Justiça.