A Polícia Civil do Amapá irá abrir um inquérito policial para investigar as causas da morte do pequeno Arthur Gomes Benjamin, de apenas 2 anos de idade. O menino morreu na última sexta-feira (7), engasgado com uma tampa de garrafa pet. Ele estava na casa do pai, o delegado Carlos Alberto Gomes Pereira Filho, com quem estava passando as férias há cerca de uma semana.
Na ocasião, o pequeno foi levado com obstrução das vias para uma unidade hospitalar da cidade, mas após receber os primeiros atendimentos Arthur não resistiu e morreu.
Após a morte da criança, a família materna disse que não conseguiu mais contato com o pai do menino, que inclusive não compareceu no velório e enterro do filho. De acordo com a polícia, no dia da morte da criança equipes realizaram a perícia do corpo de Arthur e na casa do delegado.
“Todos os procedimentos legais em relação à escorreita apuração dos fatos estão sendo devidamente adotados, inclusive já foi feita a inquirição do delegado genitor da criança, realizada perícia necroscópica no corpo, os exames periciais no local da morte, o recolhimento de imagens da residência, entre outros”, informou a Polícia Civil por meio de nota.
Falta de informações
Pelas redes sociais, a família materna de Arthur pede justiça para o caso. O tio Cleyton Paes, também advogado da família, disse que a falta de informações claras angustia a mãe, tios, avós e primos da criança.
A família alega que teve dificuldades em registrar boletim de ocorrência para iniciar investigação sobre o caso. O advogado também relata dificuldades em acessar detalhes do inquérito, como o depoimento do pai de Arthur.
Este era o primeiro contato de Arthur com o pai. O menino morava em Florianópolis com a mãe, e viajou até Macapá passar férias com Carlos Alberto, conforme acordo judicial. Ele ficaria na cidade até 23 de janeiro. A criança foi velada e enterrada no sábado (8) e, segundo a família materna, o pai não compareceu no velório e nem no sepultamento.
Justificativa
Somente nessa terça-feira (11), o pai do menino, o delegado Carlos Alberto, se pronunciou sobre o caso. Segundo ele, no dia do ocorrido fez tudo que estava ao seu alcance para salvar a vida do filho.
“Eu fiz de tudo para salvar a vida do meu filho. Quando ele engoliu a tampinha, estava próximo de mim, e o fez no momento em que eu estava organizando as coisas pós-almoço. Não houve falta de cuidado, ele estava sendo monitorado”, disse o pai.
O delegado relatou que estava organizando a casa quando percebeu que Arthur havia ficado em silêncio. “Assustado e sozinho, tentei identificar o que estava ocorrendo, mas, no momento de desespero, não consegui entender ou detectar o motivo. A reação que consegui ter naquele momento foi checar os sinais vitais, que estavam presentes”, relembrou.
Na carta, ele explica que não compareceu ao velório e ao enterro do filho em razão das ameaças que estava sofrendo e para não gerar desconforto maior com sua presença no local. “Quero, na oportunidade, me solidarizar verdadeiramente com a família. Mas quero que não se esqueçam que eu também sou a família. Todos estão sofrendo muito, jamais em minha vida gostaria que isso tivesse ocorrido. Não desejo isso a ninguém, eu era o maior interessado em ver meu filho bem. Mas não se esqueçam que sou um pai que assistiu ao seu filho morrer. Não quero dizer que minha dor é maior que a de ninguém, mas também não é a menor”, declarou o delegado.