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Raio-x da política: Adail, Mayara e Adailzinho tentam expandir alcance da família Pinheiro até Brasília

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Quase 20 anos após vencer a primeira eleição em Coari, a família Pinheiro prepara o maior e mais audacioso salto na política: chegar ao poder em Brasília, onde a nata parlamentar do Brasil decide os destinos da nação.

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Herdeiro do ex-prefeito Adail Pinheiro, Adailzinho, ou Adail Filho, como é conhecido no meio político, é pré-candidato a deputado federal. Ao lado da irmã, a pré-candidata à reeleição Mayara Pinheiro, a dupla esta a ponto de expandir o DNA familiar, mesmo enfrentando processos que vão desde pedofilia a contratação de funcionários fantasmas.

É o que você vai ler em mais uma reportagem da série raio-x da política.

A MAIS VOTADA E OS FANTASMAS

Nas redes sociais, em plena pré-campanha, Mayara Pinheiro faz questão de ressaltar que foi a deputada mais votada do Amazonas em 2018. Enquanto posta nas redes sociais, nos bastidores enfrenta um processo no Tribunal de Contas do Estado por contratar funcionários fantasmas.

O processo está aberto desde o dia 8 de julho do ano passado. A denúncia foi feita pelo advogado Raione Cabral Queiroz, um forte oposicionista da família em Coari.

Parentes e prestadores de serviços particulares da parlamentar estariam recebendo via Assembleia Legislativa do Amazonas.

Maria do Rosário Lima das Chagas,  madrasta da deputada, Sascha Thaís Cavalcante de Almeida, além das suas ex-madrastas: Maria Freire da Silva e Vivian Silva da Costa estariam penduradas nas verbas que a médica tem direito como parlamentar.

Também foram denunciadas uma tia, um tio da madrasta da parlamentar e até um primo de Mayara.

A filha de Adail sempre negou as acusações. O processo ainda corre no TCE e chegou ao MP, onde não teve movimentação.

Outro escândalo nas costas da “mais votada” é a denúncia de que duas pessoas que moravam no exterior, especificamente em Portugal e Canadá, também ganhavam da Aleam sem trabalhar. Rosemary Cunha Martins e Ryan Gabriel Silva.

Quando o escândalo estourou, o presidente da Casa, deputado Roberto Cidade, (UB), exonerou os dois.

COTÃO E MARIDO

Desde o início do mandato, em 2019, até abril deste ano, Mayara Pinheiro já R$ 1,3 milhão da Cota Para o Exercício da Atividade Parlamentar (Ceap). Por mês, ela tem direito a R$ 44.114,74 mensal.

No primeiro ano de mandato, a deputada gastou R$ 352.354,81; no ano posterior, gastou mais R$ 372.067,18.

Ano passado, se foram mais R$ 477.725,07.

Até abril deste ano, de acordo com dados oficiais da Aleam, ela já gastou R$ 108.226,98.

Além das polêmicas e gastos da verba pública, Mayara viu o nome do marido na berlinda.

Em julho de 2021, o TCE-AM abriu novo processo, esta vez contra o médico oftalmologista, Luiz Reis Barbosa Júnior, que recebia da Prefeitura de Coari, mas morava com a esposa em Manaus.

O processo mostra que Luiz Reis ocupava dois cargos: em um ele estava ausente desde 2019. No outro, jamais havia estado. Apenas recebia..

ADAILZINHO E SALÁRIOS  

Mas essa não é a primeira bronca de Mayara. A primeira foi compartilhada com o irmão, que agora busca a Câmara

Federal. Em 2019 os dois foram parar juntos em um processo do MP.

Segundo os promotores de Justiça, Leonardo Tupinambá do Valle, Márcio Pereira de Melo, Weslei Machado e Fábia Melo Barbosa de Oliveira, os irmãos Pinheiro se deram um presente quando eram prefeito e vice de Coari.

Aumentaram os próprios salários em mais de 50%. O MP pediu a devolução do dinheiro que ambos embolsaram.

Apesar de não darem um centavo a mais aos servidores, a dupla não contou conversa na hora de se beneficiar com o aumento. Ainda na publicação sobre o Inquérito, os promotores enfatizaram que, durante ‘falta de razoabilidade dos reajustes’, afirma o MP.

COARI NAS MÃOS E RUMO À BRASÍLIA

Adail Filho não conseguiu o que queira no começo da jornada. Mas no fim das contas, não ser prefeito de Coari se mostrou um lucro. Elegeu o primo e agora faz campanha para chegar à Brasília, como deputado federal.

Em outubro do ano passado o TSE cassou o mandato do filho de Adail, já que sua vitória representava o terceiro mandato seguido de parentes direitos, o que não é permitido.

Nesse período de indefinição, Dulce Menezes, tia de Adail, foi quem comandou a cidade e manteve o poder nas mãos do clã. Novas eleições foram realizadas e Keitton Pinheiro venceu. Saiu a tia, direto para a presidência da Câmara Municipal, e assumiu o primo.

Tudo em casa.

PRISÃO

Apesar da curta carreira política, Adail Filho já sabe o que é ser preso por conta de irregularidades. Em setembro de 2019, o filho de Adail Pinheiro foi detido em Manaus, após se entregar.

Adail foi acusado pelo MP de cobrar propina dos empresários que tinham contrato com a prefeitura.  Seriam 30% do valor a ser recebido, o que dava um total de R$ 100 milhões.

Além dele, o primo Keitton, que hoje é o prefeito, também foi preso. Na época ele era o presidente da Câmara Municipal.

PEDOFILIA, CONDENAÇÃO E “PERDÃO”

Há duas décadas no poder, a família Pinheiro se notabilizou por escândalos. Adail Pinheiro, o patriarca e percussor de tudo e ficou conhecido nacionalmente após ser denunciado, condenado e preso por pedofilia.

Em novembro de 2014 ele foi condenado por favorecimento à prostituição. Pegou  11 anos e 10 meses de prisão em regime fechado. Também foi condenado por improbidade administrativa. Adail foi  preso em Manaus suspeito de integrar uma rede de exploração sexual de menores no Amazonas.

Três anos depois, porém, Adail recebeu indulto e teve extinção da pena de prisão. O perdão veio das mãos do ex-presidente Michel Temer. Na época, o ex-prefeito já estava em casa, com tornozeleira.

Ainda hoje Adail responde a vários processos por improbidade, e agora segue comandando Coari por meio dos filhos, a quem ensinou o ofício de permanecer na política, enfrentar os processos e seguir aclamado pelo povo.

OUTRO LADO

Tanto Adail, quanto Adail FIlho e Mayara sempre negaram todos os crime aos quais são acusados. Em todos os casos recorreram de condenações ou de acusações, e se dizem vítimas de perseguição política.

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