O indígena Tadeo Kulina, de 33 anos, da etnia Kulina, foi espancado em Manaus enquanto aguardava a esposa ter o parto na maternidade. Ele foi internado no Hospital e Pronto-Socorro João Lúcio como indigente, morreu no dia 7 de fevereiro e o corpo só foi reconhecido no dia 15 de fevereiro no Instituto Médico Legal (IML).
Segundo a Polícia Civil, a vítima não falava português e não conhecia a cidade. A companheira, Corima Kulina, veio à capital porque o parto era de risco e se internou na maternidade Ana Braga, na Zona Leste. O casal vivia numa aldeia de Envira, no interior do Amazonas.
A polícia investiga a motivação para Tadeo ser espancado. Ele deu entrada no hospital sendo escoltado pelos policiais e com vários hematomas pelo corpo e o rosto desfigurado. Segundo a certidão de óbito, as causas da morte foram traumatismo craniano por instrumento contundente, fratura na base do crânio e hematoma subdural, que é o acúmulo de sangue entre o cérebro e o revestimento externo.
Corima deu à luz ao filho e o marido foi dado como desaparecido, mesmo eles estando a apenas 850 metros de distância. A mulher voltou à aldeia onde vivia com Tadeo, mas com ele no caixão.
Além do recém-nascido, Tadeo deixou três filhos entre 5 e 15 anos. Ele foi enterrado na Aldeia Macapá, localizada no Rio Acuraua, município de Envira (AM).