RIO DE JANEIRO| Na terça-feira (18), a polícia prendeu em flagrante um homem que se passava por médico e estava fazendo atendimentos na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) de Realengo, na Zona Oeste do Rio. Ele fez mais de três mil atendimentos usando o nome de outro médico.
A investigação começou quando o verdadeiro médico Álvaro Pereira Carvalho registrou queixa na 12º DP (Copacabana) sobre o uso de seu nome e registro no Conselho Regional de Medicina (CRM) indevidamente na UPA de Realengo.
Com os documentos do verdadeiro médico, Itamberg Oliveira Saldanha receitou medicações, assinou atestados de óbitos, abriu uma conta num banco em nome de Álvaro – para receber pagamento do salário – e até tomou as duas doses da vacina contra a Covid-19.
O verdadeiro médico diz que no certificado de vacinação dele constam a aplicação de quatro doses da vacina. Ele foi imunizado nos dias 21 de janeiro e 12 de fevereiro. Mas no certificado de Álvaro consta também que ele recebeu o imunizante nos dias 25 de janeiro e 10 de março, na UPA de Realengo.
A delegada que investiga o caso disse que uma equipe de investigadores foi até a UPA de Realengo e constatou a veracidade da queixa feita pelo verdadeiro Álvaro Carvalho.
“A pessoa que se passava pelo médico fez mais de três mil atendimentos. Ele chegou a assinar certidão de óbito, atestados médicos e a fornecer receitas médicas. Ele tomou a vacina utilizando-se do nome do médico. Esse médico teve dificuldade em se vacinar por causa disso”, disse a delegada.
Em depoimento informal na delegacia, Itamberg disse que era estudante de medicina e que cursou até o 6º período numa faculdade particular, mas não teve dinheiro para concluir o curso.
A polícia disse que o falso médico cometeu vários crimes. Ele vai responder entre outras coisas por exercício ilegal da profissão e falsidade ideológica.
Procurada, a Secretaria Estadual de Saúde não se pronunciou até a publicação desta reportagem.