A aposentada de 99 anos Elma Berger de Souza foi resgatada viva no meio de um parreiral de uvas após 8 horas de espera em Roca Sales, no Vale do Taquari, cidade atingida pelo ciclone que levou morte e destruição ao Rio Grande do Sul e Santa Catarina.
O Rio Taquari subiu 13 metros e a casa dela foi destruída. Os filhos não conseguiam chegar, pois “a cidade inteira estava embaixo da água”, explica o neto, Péteo Pretto. Vizinhos ouviram ela pedindo socorro, mas depois de um tempo apenas o silêncio, Eles acharam que ela havia morrido.
Mas Elma e a sua cuidadora se agarram a uma estrutura de ferro e resistiram com água até o pescoço. “O rapaz do barco passou por lá por acaso e ela foi levada de helicóptero para o Hospital de Encantado, onde se encontra internada até hoje, mas está tudo bem. Ela relata que passou muito frio. Esse ainda foi um relato com final feliz, tem muita história triste, de crianças que foram arrastadas, de pessoas nos telhados das casas que foram arrastadas em cima”, disse o neto.
CALAMIDADE
O Ministério da Integração e do Desenvolvimento Regional (MIDR) reconheceu nesta quinta-feira (7) estado de calamidade pública de 79 cidades do Rio Grande do Sul. Segundo a pasta, a medida visa agilizar o atendimento da Defesa Civil Nacional e dos órgãos competentes à população do Rio Grande do Sul afetada pela passagem de um ciclone extratropical nesta semana. Segundo a Defesa Civil estadual, 79 municípios foram atingidos, com mais de 1,6 mil pessoas desabrigadas, 3 mil desalojadas e mais de 52 mil afetadas de alguma forma.
O número de mortos já chega a 39.
Com o estado de calamidade, os municípios poderão solicitar recursos para o atendimento de primeira hora à população afetada. Eles também poderão apresentar planos de trabalho para reconstrução das áreas atingidas. Os recursos servem para socorro, assistência às vítimas, restabelecimento de serviços essenciais e reconstrução de infraestrutura destruída ou danificada, como estradas.
O ministério informou que a solicitação deve ser feita por meio do Sistema Integrado de Informações sobre Desastres (S2iD) Com base nas informações enviadas, a Defesa Civil Nacional avalia as metas e os valores solicitados. Com a aprovação, é publicada portaria no DOU com o valor a ser liberado.