Um print de uma conversa de Gil Romero, supostamente com Débora da Silva Alves, de 18 anos, mostra que Ana Júlia Azevedo Ribeiro, a esposa do vigilante, já sabia da gravidez da vítima, que foi brutalmente assassinada e teve a barriga cortada para retirada do bebê, jogado no rio, em Manaus.
Gil afirma que arrancou bebê da barriga de Débora e jogou no rio, diz delegado
Na troca de mensagens, Gil fala com Débora que Ana já sabia de tudo porque já teria chegado nos ouvidos da esposa que o filho da jovem era dele. “As coisas não estão boas para o meu lado. É briga em cima de briga porque a Ana sabe que eu tenho outra pessoa”, diz ele.
Gil conta detalhes de como matou Débora com ajuda de ‘Nego’: ‘corda, pisão e faca de cozinha’
A jovem diz que não contou nada, e que se a informação vazou, não teria sido por ela. Ele duvida e responde: “Não sei”.
Contradição?
Nesta sexta-feira (11), em coletiva com a imprensa, a mulher disse que sabia que Débora estava grávida, mas desconhecia que o próprio marido era o pai ou que os dois eram amantes. Segundo ela, após o desaparecimento da jovem é que ela descobriu que estava sendo traída.
O irmão de Débora teria ido até Gil questioná-lo sobre a jovem, já que toda a família sabia que ela tinha ido ao encontro do homem e desapareceu. O vigilante não estava e Ana disse que foi quando teve conhecimento do caso, contradizendo a troca de mensagens.
“Eu não sabia de nada, tinha acabado de chegar do trabalho. Eu perguntei o que estava acontecendo, ele disse que queria falar apenas com ele (Gil), mas falei: ‘Não, sou a mulher dele, preciso saber’”, disse Ana, contando ainda que sabia que o pai de Débora seria um tal de “Gil”, mas que não desconfiou do marido porque só o chamam de Romero, o segundo nome.
A Polícia Civil já havia informado que Ana Júlia havia mentido em depoimento e que inconsistências foram encontradas, mas em coletiva nesta quinta-feira (10) informou que ela se apresentou com advogados e que não foram encontrados indícios da participação no crime. Ela foi ouvida e liberada. Gil também nega a participação da esposa.
“Gil Romero afirma que a esposa dele não teve nenhuma participação no crime. Ele só avisou ela que havia feito uma besteira e teria que sumir. Claro que com as notícias a mulher já sabia do que se tratava. Mas em relação ao crime de feminicídio, nesse primeiro momento, não estamos vendo grandes participações de Ana Júlia”, concluiu o delegado Ricardo Cunha, da Delegacia Especializada em Homicídios e Sequestros (DEHS).