O advogado Vilson Benayon informou que Ana Júlia Ribeiro, esposa do vigilante Gil Romero Machado Batista, de 41 anos, foi excluída do inquérito que investiga o feminicídio de Débora da Silva Alves, de 18 anos, que foi brutalmente assassinada e teve o filho retirado do próprio ventre quando ela já estava morta. Segundo ele, a Polícia Civil apontou falta de provas e evidências de participação no crime.
Gil conta detalhes de como matou Débora com ajuda de ‘Nego’: ‘corda, pisão e faca de cozinha’
Ana Júlia prestou depoimento e segundo defesa sempre esteve em Manaus, não fugiu. Ela negou saber que Débora estava grávida do vigilante e disse ainda que está assustada com o ocorrido e que perdeu o emprego após toda a revelação da história. “Eu me sinto uma vítima também, eu perdi meu emprego, minha vida. Eu não reconheço esse homem, nunca conheci esse lado. O Gil era acolhedor e sempre ajudou as pessoas. Eu tô sendo julgada por uma situação que eu não tinha ideia que estaria acontecendo”, se defendeu.
Questionada, Ana Júlia disse que só soube que o pai era Gil quando o irmão de Débora foi até a casa deles perguntando sobre onde estava a jovem. Ela era casada com o homem há 14 anos. “Havia um boato de que ela estava grávida de um Gil, mas não me liguei porque lá ele é conhecido como Romero e não como Gil”, disse.
A mulher, que é estudante de direito, também negou ter feito ligações para Débora, assim como a família da vítima afirmava em outras entrevistas. “Nunca tive relação com a Débora. Eu tinha ela em rede social porque ela chegou a ter um relacionamento antigo com o meu irmão”, explicou.
O advogado informou também que um dos primeiros questionamentos da Polícia Civil era se Ana Júlia era uma mulher cis e não uma mulher trans, uma vez que supostamente a família de Débora havia levantado a suspeita de que o casal queria o bebê porque Ana Júlia não podia gerar filhos. A suspeita não foi para frente e Ana negou tudo. “Nunca tive filhos por opção. Queria primeiro estudar e, futuramente, quem sabe ter”.