Mais uma vez o Hospital Rio Amazonas, da rede Hapvida, na rua Professor Marciano Armond, no bairro Adrianópolis, Zona Centro-Sul, é alvo de denúncias de negligência médica. Duas famílias perderam seus filhos nos dias 23 e 29 de junho.
A família de Noah Guimarães Ferreira, de apenas 7 meses, não tem boas memórias no hospital. Segundo Patrick Ferreira, o pai, o bebê nasceu prematuro e ficou meses internado por ter uma má formação intestinal.
Assim que nasceu, passou por uma cirurgia, mas a família foi informada que no hospital não havia especialistas para o caso dele. O tratamento teria que ser em São Paulo e foi pedida a transferência, o que não foi realizada.
A família entrou com uma ação na 11º Vara de Acidentes de Trabalho, que reconheceu a necessidade de translado de Noah para o Hospital Infantil Sabará em 24h. Mesmo sob pena de multa de R$ 500 mil ao dia, a transferência não foi realizada e ele não resistiu.
“Meu filho não teve oportunidade de ir para São Paulo onde tinha o hospital determinado para ele ir pela Justiça. Esnobaram e foram omissos. O Hospital Rio Negro matou meu filho”, disse o pai.
Juventude pela frente
Miguel Ângelo tinha 18 anos quando deu entrada no hospital no dia 6 deste mês. Segundo a família, ele sentia dores nos braços e perna direita e nas articulações. Em uma semana, emagreceu 4 kg e estava com suspeita de dengue.
Após exames, foi detectado uma baixa nas plaquetas e, mesmo assim, ele foi liberado. Uma semana depois, a família explicou que as dores aumentaram, especialistas foram marcados e a suspeita de doença hematológica foi levantada.
De acordo com familiares, Miguel voltou ao hospital, mas recebeu soro e outro diagnóstico: chikungunya. Em seguida, alta médica novamente e o pedido de um hematologista.
“Fomos ao hematologista que olhou os exames, analisou meu filho e sem nenhum preparo falou: ‘seu filho tem leucemia aguda, tem que internar com urgência’”, lembrou os familiares.
Miguel, no entanto, não teria sido internado porque supostamente não havia vaga. Ele chegou meio-dia no hospital, sendo internado apenas às 20h, onde já foi entubado e não resistiu.
“Jogaram álcool em seu peito para baixar a febre, lençol encharcado de água em seu peito, manipulavam seu corpo de qualquer forma como se ele estivesse morto. Ligaram o ar-condicionado no máximo e ele mesmo entubado tremia de frio, seu corpo ficou todo machucado de todos os procedimentos que fizeram nele muito tarde”, lamentou a família, que agora criou uma página e pede justiça.