Mãe abraçada à filha, pessoas que tinham esperança de um futuro melhor, venezuelanos que vieram a Manaus fugindo da fome. Pais, mães, filhos, pessoas amadas que estão entre os oito mortos do deslizamento do Jorge Teixeira., na rua Pingo D’água.
A venezuelana Rosa Marcando, 39, escapou por pouco. Ela contou um pouco de quem partiu. “Eu estava deitada com meus filhos e quando ouvi o barulho, corri para ver o que era a já não tinha mais nada. A gente só via lama por todo lado, uma tristeza muito grande”, disse.
Leoscarme Salazar, 23, é filha da venezuelana que morreu soterrada junto com o filho. “Ela ficou para trás por causa de mim, esperando eu sair. Eu consegui sair, tirar meus filhos, mais não consegui tirar minha mãezinha. Ela estava me procurando.”
” Tive o maior esforço pra trazer minha mãe para morrer aqui, da pior forma, no meio da lama. Eu trouxe ela e meu irmãozinho para passar por isso aqui. Ela era tudo que eu tinha, eu não tenho mais ninguém agora”, disse.
Daniele Cristina, 32, viu o marido e o filho morrerem. A família estava há 3 anos em Manaus. “Quando vimos que estava tudo desabando meu marido falou, pega o neném e corre e ele ficou pra trás com meu outro filho e não conseguiu sair. Era muito barro, era como se a lama estivesse sugando a gente. Eu ouvia os gritos dos vizinhos, das crianças e a gente não conseguia enxergar mais nada”, lembra.
As vítimas:
- Jucicleia Barbosa de Lima, de 31 anos e filha Heloiza Barbosa, de 7 anos, morreram abraçadas.
Cleberson e Caleb, pai e filho também morreram
Rosmig Yelena Salazar, 43 anos, Ilan Frango Corales, 35 anos, Israel Jonniel Frango, 7 anos, filho de Ilan e sobrinho de Rosming, também morreu.
Dainelson. Rosniel Alvorada, 4 anos, filho de Rosming, morreu ao lado da mãe, tentando sair.