A Justiça do Amazonas autorizou o exame de sanidade mental para o venezuelano Luis Domingo Siso, de 60 anos, preso por causar a morte de três pessoas numa casa lotérica no Centro de Manaus, em agosto deste ano. Ele descarregou um galão de 60 litros com combustível e ateou fogo na loteria.
De acordo com a defesa de Luis, é “perceptível” que nem sempre ele tem momentos de lucidez. “A defesa duvida que Luis Domingo esteja em pleno gozo de suas faculdades mentais”, afirma o advogado Jahvier Lemus.
Ao autorizar a instauração do incidente de insanidade, a juíza Dinah Câmara Fernandes, da 2ª Vara do Tribunal do Júri de Manaus, considerou os depoimentos das vítimas e testemunhas, além do fato em si. “Reconheço a necessidade de instaurar procedimento para verificação, através de perícia médica, da saúde mental do réu, em processo penal”, decidiu a juíza.
Luis Domingo está preso e foi denunciado pelo Ministério Público do Amazonas (MPAM) pelos crimes de homicídio com uso de fogo e impossibilidade de defesa da vítima.
Com a abertura do incidente de insanidade, o processo ficará suspenso até que a justiça decida se Luis é “inimputável” (termo que nomeia uma pessoa que, por doença psíquica ou retardo mental, não pode ser punida de acordo com o processo de execução penal).
Passagem pela polícia
Em agosto de 2020, o venezuelano foi preso após atirar pedras em uma outra lotérica e ainda resistiu a abordagem policial. Já em outubro do mesmo ano, ele tentou atear fogo em uma loja de departamentos no Centro de Manaus. Segundo testemunhas, ele afirmava ter ganhado um prêmio, mas teria sido enganado, o que levou a essa reação.