PARÁ | Autoridades de saúde do Pará divulgaram nesta quinta-feira (6) que investigam o caso de um menino de 3 anos em Santo Antônio do Tauá, no nordeste do estado, que apresentou perda de força nas pernas, febre e dores musculares.
O quadro foi inicialmente notificado como Paralisia Flácida Aguda (PFA), mas a Secretaria de Estado de Saúde Pública do Pará (Sespa) afirma que o diagnóstico ainda não foi concluído e que avalia se a criança teve um caso de “poliomelite associada ao vírus vacinal” ou mesmo se sofre de outras doenças, como a Síndrome de Guillain Barré.
“De acordo com informações enviadas pela secretaria estadual de saúde, o caso pode estar relacionado a um evento adverso ocasionado por vacinação inadequada. É importante ressaltar que não se trata de poliomielite”, informou o Ministério da Saúde em nota.
A suspeita de que possa se tratar de um caso “poliomelite associada ao vírus vacinal (VAPP)” existe porque um exame nas fezes da criança deu resultado positivo para poliovírus . De acordo com o Instituto Evandro Chagas (IEC/SCTIE/MS), o exame identificou a presença do “vírus vacinal Sabin Like 3“. O tipo de vírus detectado é um dos componentes da vacina usada como dose de reforço no esquema vacinal.
Por isso, não se trata de um caso do poliovírus selvagem, erradicado no país desde 1989. O Brasil inclusive já recebeu a certificação de erradicação da doença e o atual desafio é alcançar as metas de vacinação. Neste ano, apenas 61% das mais de 11,5 milhões de crianças entre 1 e 4 anos foram vacinadas, segundo o balanço mais recente.
Ainda não há confirmação final do diagnóstico do menino de 3 anos, mas casos de “poliomelite associada ao vírus vacinal” não são inéditos. De acordo com dados da Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIM), apenas entre 1989 e 2011, foram registrados 46 casos de VAPP no Brasil, todos em crianças (um caso para cada 1,6 milhão de doses aplicadas).