A poucos dias do eleitor dar seu voto para eleger presidente, governadores, deputados e senadores, os candidatos a deputados estaduais do Amazonas seguem gastando o Fundo Eleitoral bilionário aprovado pelos próprios políticos para este ano. É dinheiro público que serve aos interesses particulares na busca pelo poder.
Um levantamento na página Divulgação de Contas Públicas e Gastos Eleitorais mostra um panorama de cada político. Entre os mais conhecidos, o presidente da Assembleia Legislativa do Amazonas, Roberto Cidade, já gastou mais de R$ 723 mil dos mais de R$ 1 milhão e 200 mil de que tem direito. É um dos que mais tem bala na agulha para gastar. Aposta do União Brasil, partido que mais verba recebeu do Fundão.
Gráfica, combustível e material de campanha estão entre os maiores gastos. Clique aqui e veja.
Outro que tem verba considerável a gastar é Adjunto Afonso, também do endinheirado União Brasil. O limite do parlamentar do União Brasil chega à casa dos R$1.170.000,00. Até o momento ele declara ter gasto mais de R$ 776 mil.
Entre os gastos estão consultoria, advogados e gráfica. Clique aqui e veja.
A candidata que se elegeu como defensora dos animais também tem verba turbinada. Joana Darc chega às casa de R$ 1.100.000,00 para tentar se reeleger com dinheiro do Fundão. Até o momento já desembolsou do dinheiro público um total de pouco mais de R$ 764 mil.
A ex-vereadora do União Brasil gastou mais com material de campanha, conforme os dados declarados aqui.
MUITO DINHEIRO, DÁ PRA FAZER
A candidata Brena Dianná, eternamente ligada ao Festival de Parintins, também está na lista dos que mais tem para gastar: R$ 1.016.9000,00. A vereadora já declarou ter gasto mais de meio milhão na campanha, conforme consta aqui.
Se as mulheres querem espaço na política, não será por falta de verba pública. A Dra Mayara, filha do ex-prefeito de Coari Adail Pinheiro está entre as mais beneficiadas. Com um total de R$ 950.000,00.
A parlamentar já gastou mais de R$ 478 mil, conforme consta aqui.
Famoso pelas festas, DJ Evandro Jr. chegou ao jogo com um total de R$ 800.000,00 para gastos. E já se foram um total de R$ 404 mil, conforme está aqui.
UNIÃO BRASIL DEVORADOR
Não é coincidência que os maiores gastadores sejam os candidatos do União Brasil.
O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) divulgou a partilha dos R$ 4,9 bilhões do Fundo Especial de Financiamento de Campanha (FEFC), o Fundo Eleitoral, destinado às legendas para as Eleições Gerais de 2022. O maior Fundo Eleitoral da história foi dividido entre os 32 partidos políticos registrados no TSE. O União Brasil, PT, MDB são os partidos com maior quantia recebida.
O União Brasil, nascido da fusão entre Democratas e PSL, teve direito a mais de R$ 782 milhões. Já o PT recebeu pouco mais de R$ 503 milhões. O MDB teve direito a R$ 363 milhões. Além disso, o PSD recebeu R$ 349 milhões e o PP aproximadamente R$ 344 milhões. Juntas, essas cinco legendas respondem por 47,24% dos recursos distribuídos.
O Fundo Eleitoral foi criado em 2017. Sua criação se seguiu à proibição do financiamento privado de campanha. Em 2015, o Supremo Tribunal Federal (STF) proibiu doações de empresas a campanhas políticas, sob a alegação de haver desequilíbrio na disputa política e exercício abusivo do poder econômico.
Para distribuir o Fundo Eleitoral, o TSE utiliza critérios definidos em lei. Dois por cento do total são divididos igualmente por todos os partidos registrados no tribunal.
Além disso, 35% são divididos entre os partidos que tenham pelo menos um representante na Câmara dos Deputados, na proporção do percentual de votos obtidos por eles na última eleição. Outros 48% são divididos entre os partidos na proporção do número de representantes na Câmara e 15% divididos na proporção do número de representantes no Senado.
Os recursos do Fundo Eleitoral não são repassados aos partidos a título de doação. Eles devem ser usados exclusivamente no financiamento das campanhas eleitorais, e as legendas devem prestar contas do uso desses valores à Justiça Eleitoral. A verba repassada só ficará à disposição do partido político depois que ele definir critérios para a distribuição dos valores. Esses critérios devem ser aprovados pela direção executiva nacional do partido e precisam ser divulgados publicamente.
Confira abaixo os dez partidos que mais receberam receitas do Fundo Eleitoral:
– União Brasil: R$ 782.549.751,69
– PT: R$ 503.362.324,00
– MDB: R$ 363.284.702,40
– PSD: R$ 349.916.884,56
– PP: R$ 344.793.369,45
– PSDB: R$ 320.011.672,85
– PL: R$ 288.519.066,50
– PSB: R$ 268.889.585,68
– PDT: R$ 253.425.162,09
– Republicanos: R$ 242.245.577,52