Um encontro marcante ocorrido em Manaus na noite de sexta-feira (8.7) reuniu Arthur Virgílio Neto, pré-candidato ao Senado pelo PSDB Amazonas, e membros das etnias Baré, Sateré e Mundurucus, entre outras representações indígenas do Estado. Na ocasião, prevaleceram as conversas sobre as pautas mais relevantes para as comunidades como saúde e direitos indígena, terras e sustentabilidade.
“Não esqueçamos que os indígenas amazônidas são simbolizados por Ajuricaba, o herói que preferiu morrer afogado, atado em correntes, a se deixar escravizar. E é disso que se trata: não podemos permitir que escravizem esses povos sob nenhum pretexto, de forma alguma. Parta de onde partirem os ataques, estarei sempre pronto para repeli-los e para enfrentá-los”, disse o ex-senador e ex-prefeito de Manaus, que tem dedicado parte de seus esforços a denunciar e combater vários crimes cometidos contra os indígenas brasileiros.
Representando os Barés – que ocupavam a região de Manaus antes da chegada dos europeus – residentes no ramal do Paraná 77, o cacique Carlos Murilo, disse que acompanha a carreira de Arthur Virgílio desde que ele foi deputado federal. “E este ano não será diferente. Estamos aqui de novo caminhando com ele. Nós só pedimos mudanças na tramitação das leis para os povos indígenas, assegurar o nosso futuro e também a nossa saúde”, explicou. Os Barés também estiveram representados pela cacique Alda Baré, presidente da Associação Baré Kurasi e Yasi.
Do rio Negro para o rio Andirá, estiveram presentes também representantes dos Sateré, habitantes da região. “Quando se defende o Amazonas, se defende também a população indígena. Uma árvore em pé é história, uma árvore morta não tem história”, exemplificou Herivelto Maué, liderança da comunidade Molongotuba, em Barreirinha. “Se o indígena não é valorizado, a cultura morre. E nós indígenas resistimos não só por um pedaço de terra, mas pela história e pela sustentabilidade do povo do Amazonas, nós trabalhamos arduamente nas nossas reservas para manter a floresta em pé e o ar puro que a população respira”, completou.
Representando os Mundurucu, Dobertino Mundurucu, presidente da Associação Indígena e Caciques do Rio Abacaxi (municípios de Borba e Nova Olinda do Norte), lembrou a história popular do beija-flor, que lutava para apagar um grande incêndio na floresta, levando em seu bico gotas de água. “Alguém olhou aquilo e disse: você é besta? E o beija-flor respondeu: besta eu não sei, só sei que estou fazendo a minha parte”, resgatou o líder indígena, em alusão ao trabalho realizado por Arthur Neto em sua trajetória política. “O senhor sempre fez a sua parte e estamos aqui por isso, porque está na hora do beija-flor voltar. Nós precisamos do senhor. Isso é fato”, disse. Ele também fez um convite para que Arthur visite as comunidades indígenas do município, o que foi prontamente aceito.
“Durante 40 anos como líder comunitária, não conheci nenhum político igual ao Arthur Neto. Ele tem uma história com a gente, no Igarapé do 40. Nunca precisamos pedir nada dele. Quando um incêndio destruiu 63 casas por lá, não precisamos ir para rádio. Quando menos esperávamos chegou um caminhão com botijões de gás, com água e colchões. Nós levamos as 63 famílias para uma feira coberta no Parque 10 e logo ele [Arthur] conseguiu uma área, madeira e construímos as casas para os parentes”, relembrou a cacique Isa Maia, da entidade ASPPAM. “Muito obrigada, índio branco”, concluiu.