Após dez anos atrás das grades, a assassina Elize Matsunaga conseguiu terminar um livro autobiográfico no qual revela como matou e esquartejou o marido, o empresário Marcos Matsunaga, herdeiro da Yoki. No livro escrito em um caderno infantil, ela se defende e diz que matou o esposo por ser vítima de violência doméstica, cárcere privado e ameaças.
Além de justtificar o ato, Elize se vangloria de receber cartas e até pedidos de casamento. “Em um ano, Elize recebeu centenas de cartas de vários lugares do Brasil. Com tentativas de evangelização, pedidos de casamento, amizade e palavras de conforto. Infelizmente não pode responder a todas”, conta no livro. Na época ela tinha 32 anos e ele 40.
A presidiária também afirma querer contar à filha de 11 anos sua versão, como forma de pedir perdão pelo que fez. “Seria assim o inferno? Ou seria pior, como a visão dantesca?,” escreve Elize, ao relatar a prisão.
Alguns trechos do livro são conhecido, pois foram usados pela defesa para tentar sensibilizar os jurados. Entre eles, a passagem de estupro que ela diz ter sido vítima do padrasto. Quando a penetrava, Elize sentia uma dor cortante com a sensação quente de seu sangue e a reação inútil de seu corpo. Cedeu sua virgindade à violência”, escreve.
Elize matou Marcos com um tiro na cabeça. O casal tinha 34 armas em casa. No dia do crime alega que levou um tapa do marido após ele descobrir que ela contratou um detetive para revelar as traições que sofria. O espião descobriu que Marcos saía com uma prostituta, assim como fez com Elize, que se prostituía quando o conheceu.
“Atira, sua fraca! Atira! Sua vagabunda! Atira ou some daqui com sua família de bosta e deixa minha filha. Vc nunca mais irá vê-la. Acha que algum juiz dará a guarda a uma puta?”, escreve Elize no livro sobre o que, segundo ela, Marcos teria dito.
Depois de ter baleado Marcos, ela cortou o corpo em seis partes: cabeça, braços, tronco e pernas. Colocou o cadáver esquartejado em malas e foi de carro até Cotia, na região metropolitana, onde as dispensou no mato.