São Paulo – SP| Uma criança negra, 12, foi constrangida ao tentar comprar material escolar. Ela estava recebendo a ajuda de um homem, também negro, que se ofereceu para comprar mochila e cadernos para que ela pudesse ir à escola. O caso aconteceu por volta das 13h em uma unidade das lojas Mel, na avenida Bernardino de Campos, no bairro do Paraíso em São Paulo.
Segundo as informações do portal UOL, ela teria abordado o homem e pediu uma mochila, que estava na vitrine da loja. Ele então entrou com a garota na loja e deixou-a escolher a mochila e o restante do material escolar que precisava.
A compra, porém, não saiu conforme o esperado. Enquanto escolhia mochila, cadernos, canetas, lápis e borracha, tudo rosa e com tema de unicórnio, Sabrina foi interrompida por uma funcionária do controle de acesso, que com o dedo apontado para a menina, ordenou que ela saísse da frente do estabelecimento assim que conseguisse o material.
“Ela falou ‘você vai pegar as coisas e vai para casa. Não quero mais ver você aqui'”, relatou Newman.
“Eu retruquei: ‘Por que você está interrompendo nossa compra?’. Ela falou: ‘Depois ela vai pegar tudo isso e vai vender'”, contou Newman.
Ele pediu para falar com a gerente da loja, que se desculpou e tentou amenizar a situação.
“A gerente pediu desculpas de forma muito branda, só tentou diminuir a situação, fingir que aquilo não estava acontecendo. Me senti totalmente impotente, desamparado. Deixei a cesta com as coisas dentro e saí me sentindo injustiçado”, conta o diretor audiovisual.
De lá, Newman caminhou com Sabrina até uma papelaria menor, em sua rua, onde refizeram toda a compra do material, gastando cerca de R$ 200.
No caminho, conversaram sobre racismo e sobre a importância dos estudos. Sabrina disse que gostava de estudar, que era boa aluna. Disse também que entendeu o que tinha acontecido na loja.