Os pais e avós do pequeno Wesley Carvalho Ferreira, de apenas 1 anos e 10 meses, foram presos na noite dessa segunda-feira (21), por suspeita de estarem envolvidos no desaparecimento da criança. A suspeita é que o bebê tenha sido queimado em um ritual realizado pela própria família.
De acordo com a Polícia Civil do Piauí, a criança teria desaparecido no dia 29 de dezembro do ano passado, porém, somente no dia 9 de fevereiro deste ano uma tia da criança registrou o Boletim de Ocorrência (BO) do caso. Após a denúncia a polícia iniciou as investigações e constatou indícios de que o menino tenha sido morto e que tenha tido o corpo ocultado.
O delegado Mateus Zanatta, coordenador das Delegacias Especializadas que estão fazendo as investigações, disse que a morte do menino ocorreu depois que a família realizou jejum por duas semanas e que ele teria sido sacrificado. “Eles já foram interrogados e existem alguns fatos obscuros e controversos que precisam ainda ser esclarecidos. A Polícia Civil descarta a hipótese de sequestro dessa criança e trabalha com outras linhas de investigação e uma delas é que a família da vítima ficou em jejum duas semanas, orando e depois sacrificou essa criança, colocando fogo no seu corpo”, explicou o delegado Mateus Zanatta.
As prisões temporárias têm duração de 30 dias. Os pais e os avós paternos estão à disposição da Justiça. A denúncia foi feita pela família materna do bebê.
História mal contada
Em fevereiro, a mãe de Wesley relatou que ela, o marido e o menino estavam na Praça da Bandeira, em Teresina, quando foram abordados por dois homens encapuzados, por volta das 6h do dia 29 de dezembro. “Nós vimos dois bandidos vindo em direção a nós. E foi (sic) logo dizendo ‘passa a criança’, aí nós ficamos sem reação. Olhamos pro lado e pro outro sem falar nada, eles ameaçaram ‘se fazer algum pio, nós mata (sic) vocês três’”.
Questionada sobre o motivo de não ter procurado a polícia na época, ela disse que não o fez porque estava recebendo ameaças dos criminosos.
A tia da criança, a atendente Maria do Socorro Costa, disse que não entende a demora da irmã e do cunhado em denunciar o desaparecimento do filho. A mulher conta que por meses não teve em contato com o casal e só soube da notícia quando foi à casa em que eles moravam. Quando chegou, eles não residiam mais no local.
“[Eu disse] ‘Fez o boletim de ocorrência?’, [ela respondeu] ‘não’, aí eu me desesperei, ‘por que vocês (sic) não me avisou? No mesmo dia tinha que avisar, são dois meses’. Aí eu nem pensei, só peguei ela, os documentos dela, levei a sogra dela junto e fomos pra delegacia do Centro, como foi lá”.