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Luto: Arnaldo Jabor deixa ‘órfãos’ na cultura e no jornalismo brasileiro

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O jornalista e cineasta estava internado desde dezembro do ano passado, após sofrer um AVC. Ele deixou uma obra inédita que ainda não tem data para lançamento.

Um dos jornalistas com maior expressão cultural e política do Brasil, Arnaldo Jabor, morreu na madrugada desta terça-feira (15), aos 81 anos, por complicações de um AVC que teve em dezembro do ano passado. Desde então ele estava internado no hospital Sírio Libanês, em São Paulo.

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Jabor era, além de um grande jornalista crítico, um cineasta apaixonado pela arte. A vida dele foi integralmente dedicada à literatura, ao cinema e ao jornalismo. A morte dele foi sentida por nomes importantes, como atores, jornalistas, políticos que acompanharam a grande trajetória dele.

Por meio das redes sociais, alguns manifestaram o sentimento com a perda de Arnaldo, como o ator Ari Fontoura. “Politicamente atuante, um crítico mordaz, inconformado com as mazelas brasileiras. Um diretor de cinema premiado no mundo todo, teve obras ótimas: ‘Toda nudez será castigada’, ‘Pindorama’. Filmes importantes, livros importantes. É uma grande perda para o Brasil. Um dos grandes homens que criticava esse país com a maior dignidade. Como vocês dizem mesmo aí ‘uma metralhadora de palavras’. Deixa uma lacuna imensa”, disse.

Políticos também lamentaram a sua morte. “O Brasil perdeu hoje #ArnaldoJabor que dedicou sua vida ao cinema, à literatura e ao jornalismo. Conheci Jabor na adolescência e pude acompanhar sua inteligência brilhante, suas obras premiadas e suas análises sobre fatos do Brasil e do mundo. Meus sentimentos à família e amigos”, destacou o vereador de São Paulo, Eduardo Suplicy.

A jornalista Mirian Leitão comentou a importância de Jabor em diversas áreas. “O cinema dele incomodava. E se eu posso traçar uma coerência entre todas as áreas que ele atuou, tanto no cinema, quanto no jornalismo, no jornalismo de televisão, na literatura, em todas as áreas ele sempre tirava o interlocutor da zona de conforto. Porque ele queria que você se questionasse. Esse é o verdadeiro polemista. Hoje nós estamos vivendo numa sociedade polarizada, em que cada opinião diferente vira um conflito, ele gostava do bom conflito, das ideias. De dizer pra você ‘pense melhor sobre isso’”.

Obra inédita

Aos fãs do cineasta e jornalista, deixou um filme inédito, batizado de “Meu último desejo”. A obra é inspirada no conto “O livro dos panegíricos”, de Rubem Fonseca, presente no livro “Romance Negro”. A produção tem no elenco Michel Melamed, João Miguel e Bella Piero.

“Enquanto isso, a relação entre estes personagens se entrelaça e se aprofunda, revelando segredos insepultos, alegrias, frustrações, amores impossíveis e delírio, nos conduzindo a um desfecho imprevisível e catártico”, diz a sinopse oficial.

Nono longa-metragem da carreira do cineasta, “Meu último desejo” foi rodado pouco antes da eclosão da pandemia de Covid-19. A previsão de lançamento era no ano passado, mas ainda não há uma nova data.

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