Em clima de eleições, o presidente Jair Bolsonaro (PL) voltou a criticar o principal adversário dele nas urnas, o ex-presidente Lula (PT). Em conversa com apoiadores, o presidente chamou o petista de “picaretão” pela postura dele contra o armamento da população brasileira.
Durante o encontro com os apoiadores, Bolsonaro acenou à sua base aliada, que é composta de colecionadores, atiradores e caçadores (CACs) e falou que Lula irá recolher as armas liberadas por ele, caso seja eleito.
“Ontem, por coincidência andando de moto, na pista tinha um clube de tiro, entrei, atirei com o pessoal etc. Tinham três alvos, um vermelho, por coincidência eu botei no vermelho. São 600 mil CACs no Brasil”, disse. “O picaretão está dizendo que, se for presidente, vai recolher as armas”, prosseguiu, sem citar nomes.
Uma das principais bandeiras de Bolsonaro durante campanha presidencial em 2018, a flexibilização do uso e da compra de armas de fogo no país foi uma demanda que o presidente buscou atender durante todo o mandato. No início de 2021, Bolsonaro editou quatro decretos que facilitam o acesso a armas de fogo.
Lula tem criticado as medidas do governo federal em favor do armamento da população e disse que vai buscar desarmar o país, se o PT voltar ao governo.
“Nós aprovamos o Estatuto do Desarmamento. Veja a diferença entre eu e o Bolsonaro. Ele não quer dar arma pro favelado nem pro trabalhador, ele quer dar arma pros milicianos, pros fazendeiros. Ele quer dar arma pras pessoas atirarem em sem terras, em quilombolas, pra matarem Marielle. Podem saber: se o PT voltar no governo, a gente vai fazer com que as pessoas devolvam essas armas. Vamos desarmar esse país. Quem tem que ter armas são as Forças Armadas e as polícias militares”, disse o petista em entrevista à TV 247, em fevereiro de 2021.