Vingança é um prato que se come frio, mas para o empresário Aparecido Naves Junior, 35, se come quente, pegando fogo. Ele foi preso pela Polícia Federal e levado para Manaus, suspeito de mandar tocar fogo nos helicópteros do Ibama, no Aeroclube, como forma de represálias contra operações que tentam desmantelar o tráfico na Amazônia.
Rico, Aparecido não faz jus ao nome. Na verdade ele evita aparecer em postagens das redes sociais. Segundo a PF, é envolvido até o pescoço “em atividades de garimpo ilegal em Roraima.”
Preso em sua mansão no Condomínio Jardins Lisboa, em Goiânia, ele trocou o luxo de uma residência que vale pelo menos R$ 2 milhões pela cela.
Juninho, como é chamado pelos íntimos, tem quatro empresas. Três em Goiás e uma em Minas Gerais. Três com capital social de R$ 10 mil e R$ 50 mil. Venda de peças para carros.
A última, do ramo de “reciclagem de resíduos” e o capital social de R$ 300 mil, contrasta com o garimpo que acaba com a Amazônia.
PF PRENDE
Seis pessoas foram presas por envolvimento nestes crimes. Na última semana a Polícia Federal, agindo em sigilo para salvaguardar o resultado das investigações, já havia identificado e custodiado outros cinco envolvidos: o motorista, suspeito de ter levado e retirado os executores da cena do crime; dois suspeitos de incendiar as aeronaves e dois suspeitos de intermediar o agenciamento dos executores e repassar o pagamento pelos crimes.
Após a confissão, três envolvidos reconheceram o suposto autor intelectual do crime, apontado como envolvido em atividades de garimpo ilegal em Roraima/RR, e alvo das medidas cumpridas nesta quarta-feira em Goiânia.
Segundo a investigação, a ação criminosa teria como motivo principal frear as ações de fiscalização e repressão ao garimpo ilegal desenvolvidas no Estado de Roraima no ano de 2021, sendo o ato criminoso uma represália às operações conjuntas feitas pela Polícia Federal e Ibama, e que contaram com o emprego direto das aeronaves objeto dos crimes.