Na última terça-feira (16) uma cena lamentável, filmada por um motoboy de serviço de delivery ao ser agredido por um “cliente” dentro de um condomínio de luxo, viralizou e gerou revolta sobre como algumas pessoas, sobretudo as que se acham acima dos outros por terem uma condição financeira privilegiada trata os trabalhadores.
O fato ocorreu dentro do condomínio Renaissence, no bairro Chapada, zona Centro-Sul da cidade. Nas imagens filmadas pelo trabalhador, o cliente, identificado como Pedro Girardi, que é genro do dono da Casa das Correias, aparece xingando, fazendo ameaças e agredindo o motoboy que tinha ido a casa dele fazer uma entrega.
As imagens geraram revolta aos colegas de trabalho da vítima e desconforto aos cidadãos de bem, que presam pelo respeito a todos, em especial a esses trabalhadores que muitas arriscam suas vidas para servir.
Manifestações de apoio
Na tarde dessa quarta-feira (17), centenas de motoqueiros se reuniram e foram até a frente do condomínio onde ocorreram as agressões reivindicar respeito. Nas redes sociais, muitas pessoas de diferentes classes sociais também se manifestaram a favor do trabalhador e da classe que foi essencial à população, em especial durante a pandemia do novo coronavírus, momento em que as pessoas tiveram que ficar em casa e contaram com os serviços destes trabalhadores para todos tipos de compras, em especial de alimentos e remédios.
Uma das pessoas que se manifestaram sobre o caso foi a juíza federal Jaiza Pinto Fraxe. Em sua conta no Twitter ela fez dois comentários abordando o tema respeito aos trabalhadores. Em uma das postagens, a juíza relacionou inclusive a importância dos serviços de delivery durante a pandemia.
“Complete as regras de ouro da vida em 2021: 1. Respeitem trabalhador. Se você sobreviveu à pandemia é porque funcionários te ajudaram nisso. 2. Não pratiquem covardia contra ninguém, menos ainda contra pobres.”, comentou. Em outra postagem Fraxe continuou o assunto, lembrando que a Constituição permite as manifestações e a importância de ser gentil, em especial nos dias atuais.
“3. Aceitem manifestações pacíficas; a Constituição permite e existem dores que apenas coletivos conseguem expressar. Então aprenda a respeitar a dor dos pobres e trabalhadores brasileiros. 4. Se você tem condições financeiras isso não é razão para humilhar; ajude e seja gentil”, finalizou.