A primeira-dama Michelle Bolsonaro, de 39 anos, decidiu se vacina contra Covid-19 durante a viagem que fez na última semana aos Estados Unidos, para acompanhar o presidente Jair Bolsonaro (sem partido), na Assembleia Geral das Nações Unidas (AGNU). O ato gerou repercussão negativa entre políticos e internautas que alegaram que Michelle “desprezou o SUS”
A informação foi confirmada pelo Governo Federal. Em nota, a secretaria disse que ao se submeter ao teste PCR, exame que detecta uma possível infecção pelo vírus, um médico questionou a primeira-dama se ela não gostaria de se vacinar. O teste é obrigatório para autorização de embarque. “Como já pensava em receber o imunizante, resolveu aceitar”, alega a pasta.
Michelle já poderia ter se vacinado no Brasil desde o dia 23 de julho e este foi um dos motivos para as críticas que recebeu dos brasileiros.
O presidente Bolsonaro falou sobre o episódio. “Olha o que aconteceu com a minha esposa. Me perguntou se ‘tomo ou não a vacina?’. Veio conversar comigo. Sabe como é que é esposa, sabe como é. Tomo ou não? Dei minha opinião. Vou dizer o que ela fez: tomou a vacina”, disse.
“É maior de idade, tem 39 anos. Tomou a vacina. Se for para vacinar a Laura, de 10 anos, vamos decidir”, continuou o presidente. A faixa etária da filha caçula do presidente ainda não está contemplada na imunização contra a Covid-19.
O Ministério da Saúde aprovou, na última quarta-feira (22), a vacinação contra a Covid-19 em adolescentes de 12 a 17 anos e que não têm comorbidades, depois de suspenderem a recomendação da vacinação do mesmo grupo.
Políticos repercutiram o assunto
A atitude da primeira-dama foi questionada por políticos e internautas. “Bolsonaro diz que defende ‘o Brasil acima de tudo’, porém, Michelle Bolsonaro se vacina em outro país. Faz descaso dos esforços e competências de nossa comunidade científica, do SUS, etc. Em resumo, o governo que diz que é, mas não é”, escreveu a presidenciável Marina Silva (Rede-AC) em rede social.
“Michelle Bolsonaro tomar vacina nos EUA é uma escolha ideológica. É parte do EUA acima de tudo e Brasil abaixo de todos”, opinou a deputada federal Erika Kokay (PT-DF). “Tão engraçado como a Michelle Bolsonaro mudou de opinião sobre vacina assim de uma hora para outra”, observou uma internauta.
“Demonstrando completo desprezo ao SUS, Michelle Bolsonaro escolheu se vacinar nos EUA. Um desrespeito ao trabalho de pesquisadores, técnicos da Anvisa, trabalhadores da saúde e tantos outros profissionais que se dedicaram para garantir a vacinação dos brasileiros”, disse o médico e deputado federal Henrique Fontana (PT-RS).